terça-feira, 29 de setembro de 2009

Toma lá e embrulha!

De um lado tivemos um Presidente medíocre, que representa o exemplo mais evidente do Princípio de Peter, a querer justificar o injustificável, ou seja, a forma como, a partir de Belém, foi criada uma campanha destinada a prejudicar o Partido Socialista nas recentes eleições legislativas.
Que essa campanha tivesse ou não o conhecimento de Cavaco Silva pouco interessa actualmente: importa sim constatar o quanto ela pareceu claramente concertada com a absurda invocação de uma «asfixia democrática» pela qual o PSD procurava escamotear a falta de ideias a apresentar aos eleitores
Depois surgiu o ministro Pedro Silva Pereira a desmontar, ponto por ponto, todas as inauditas acusações do Presidente. Bem fundamentada essa intervenção foi eloquente quanto a quem esteve na origem deste conflito institucional e quem tudo fez para tratar esta questão com a devida elevação.
O mais grave é que, numa altura em que o país enfrenta graves problemas suscitados pela crise financeira internacional, e importa criar as condições para as superar, só possível com a concertação de todas as sinergias positivas a nível político, seja o inquilino do Palácio de Belém a criar um clima pantanoso, que teria obrigação de ser o primeiro a evitar…
Nesta conjuntura é muito grave que ainda tenhamos de o suportar durante mais dois anos até ter o destino que merece: o esquecimento da História, que deverá reter o grande papel dos seus ilustres antecessores. Mário Soares, porque foi um dos pais fundadores da nossa Democracia. Jorge Sampaio, porque foi da sua acção, que Portugal conseguiu a independência de Timor perante o colosso indonésio.
Depois de tais antecessores, que restará do mandato de Cavaco Silva? Pelos vistos o seu papel de participante activo ou passivo numa continuada estratégia partidária, que os portugueses voltaram agora a condenar.
O que hoje custará engolir aos ridicularizados estrategas laranja é o efeito de ricochete das suas acções: visando um objectivo, acabam por o ver prejudicado pelos efeitos inesperados daquelas.
Foi o que voltou a acontecer com mais esta lastimável intervenção de Cavaco Silva!

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