sábado, 31 de outubro de 2009

E A TAL PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA?

Até pode suceder que José Penedos e Armando Vara sejam, efectivamente, corruptos e a operação «Face Oculta» fundamente com substância as suspeitas sobre eles lançadas pela investigação criminal. Mas, mais uma vez, uma matéria que deveria estar acolitada no segredo de justiça volta a cair na praça pública, sem que ninguém se escandalize com o verdadeiro passe-vite em que se converteu a ligação entre a Judiciária ou a Procuradoria Geral da República e a comunicação social.
Em vez de julgados na Justiça, os suspeitos são liminarmente condenados pela opinião pública, sem direito a defesa ou a contraditório.
Há uns anos, um homem bom, que deixara de ser primeiro-ministro da França suicidoou-se, quando não suportou ver o seu nome enlameado. Agora, como não reconhecer razão ao presidente da REN, quando ele se indigna ao «denunciar o despautério a que chegámos em termos de violação do segredo da justiça» e ao considerar que « o país perdeu o sentido do equilíbrio das instituições e deixou de respeitar os direitos dos cidadãos.»

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