sexta-feira, 29 de julho de 2011

OS BOYS DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

É verdade que o actual Governo ainda vive o seu estado de graça, parecendo imune às tropelias, que já vai protagonizando. Mas as máscaras vão caindo rapidamente conduzindo-o ao descrédito que merece a sua ideologia ultracapitalista.
Dizia-se que nunca iria invocar a «pesada herança» e já só ela lhe serve, quando confrontada com as suas incompetências (vide a resposta de Vítor Gaspar a Pedro Silva Pereira, quando este lhe pedia justificação para o corte no subsídio de Natal). Dizia que optaria pela competência em detrimento do cartão partidário e veja-se o que se passa com as nomeações de Nogueira Leite ou de Nuno Thomaz para a Caixa Geral de Depósitos.
Até alguém tão insuspeito como o é o actual director do Jornal de Negócios comenta e editorial:
A nomeação da administração da CGD é muitas vezes o teste do ácido de um governo estreante. Para medir a sua partidarização. Para contar os "boys". Neste caso, isso é até o menos. O mais é a falta de experiência e os conflitos de interesses. (…)
"Albergue espanhol" é uma expressão francesa para lugares confusos, onde se juntam pessoas de culturas diferentes e sem regras. A Caixa começa assim e começa mal. Porque no final disto tudo sobra uma enorme perplexidade: há de tudo neste "onze", de quem sabe muito de política, muito de banca de investimento, muito de mercado monetário, muito de Direito, muito de advocacia de negócios, muito de supervisão, muito de sistemas de pagamentos, muito de governo de sociedades. Na Caixa só não há é ninguém que saiba de uma coisa: de banca tradicional. 

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