segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A (falta de) coragem de Passos Coelho


Não é difícil concluir que a única razão porque Passos Coelho chumbou o saudoso PEC4 para aplicar um PEC 5 (ou já vamos em PEC7 tendo em conta as três conferências de imprensa de Vítor Gaspar?) foi pela exclusiva ânsia de chegar ao poder. Nem ele nem os seus ministros demonstraram ter, até aqui, qualquer solução alternativa mais benigna para os bolsos dos portugueses do que as então aplicadas por José Sócrates e Teixeira dos Santos.
Não deixa, pois, de ser escandaloso o desafio ontem lançado quanto a quem possa ter melhores soluções do que as dele. Porque se não as tinha e, com um chorrilho de mentiras, convenceu os portugueses quanto à sua sebastianista condição de salvador da pátria para lhe conferirem esse mandato em eleições desnecessárias, nenhuma legitimidade lhe assiste para vir agora queixar-se de quem lhe endereça fundamentadas críticas.
Mas, para além dessas sucessivas mentiras (não se requereriam mais impostos, existiriam soluções imediatas de corte na despesa, etc.) agora desmascaradas, sobra de Passos Coelho uma outra conclusão não menos lamentável: a cobardia para assumir a liderança da comunicação das más notícias sobre aumentos de impostos. Quanta diferença em relação ao seu antecessor: quando se tratou de dar más notícias aos portugueses sobre as imposições de cada momento nunca José Sócrates atirou Teixeira dos Santos às feras, dando o peito às muitas balas então disparadas.

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