terça-feira, 14 de agosto de 2012

Filme: «127 horas» de Danny Boyle



Confesso que sinto forte alergia a tudo quanto em cinema traga o selo de «baseado numa história verdadeira». Por norma é meio caminho andado para dar por visto o filme promovido por tal caução.
Abri exceção para o «127 horas» de Danny Boyle, mais pela curiosidade quanto ao que ele poderia acrescentar à filmografia do realizador do que pela estratégia com que entreteria o espectador perante a imobilidade forçada do protagonista aprisionado numa fenda do Grande Canyon.
Hora e meia depois não vi razão para dissipar por pouco que fosse as suspeitas do costume: a estética publicitária ou do videoclip é utilizada como forma de seduzir as plateias adolescentes para quem o filme foi rodado e, pese embora muitos fotogramas tipo bilhete postal de uma paisagem única, nada acaba por surpreender em quem sabia, desde o início ao que ia. E, se a filmografia de Boyle chegara a mostrar-se interessante nos primórdios, compreende-se bem porque lhe foi confiada a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres: mais do que capaz de inovar, ele vai-se revelando tarimbeiro para todo o serviço. Com competência, reconheça-se...

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