sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POLÍTICA: da falta de escrúpulos dos banqueiros à alucinada estratégia de Gaspar


Na passagem de hoje pelo facebook retenho três comentários, que vêm ao encontro do que fui constatando nos ecrãs televisivos ao longo do dia.
Estava a esfalfar-me na passadeira do ginásio quando vejo imagens sem som da entrevista de Fernando Ulrich à RTP.
Acharia normal a sua mímica se não me surpreendesse o texto com a síntese do que ia dizendo, por baixo das imagens: ele sugeria que, em vez de pagar subsídio de desemprego aos desempregados, o Estado deveria pagar às empresas para os pôr a trabalhar.
Depois de, em conjugação de forças com Teixeira de Santos, terem obrigado José Sócrates a assinar o memorando da troika, estes banqueiros não têm o mínimo escrúpulo em intensificar a exploração dos que só exigem o direito a um trabalho devidamente remunerado, julgando-se no direito de proporem as mais absurdas medidas governativas.
Por isso não deixei de considerar pertinente uma proposta alternativa de Daniel Oliveira: E se o Governo pagar a desempregados para trabalharem no BPI ou em grandes empresas? pergunta Fernando Ulrich, continuando a alimentar esta ideia de que os contribuintes devem estar ao serviço da sua conta bancária. Tenho uma proposta: e se o senhor Ulrich me viesse limpar a casa todas as segundas-feiras? O BPI pagava e ficávamos todos satisfeitos. Pode ser?
Quem revelou igual pertinência foi Augusto Santos Silva quando olhou para o suposto alívio com que Passos Coelho anunciou na Roménia, que o Governo não está a cair. Claro que não está para cair; como é que se cai do chão abaixo? pergunta o antigo ministro da Defesa.
Mas a tarde ainda contaria com mais uma excelente intervenção de João Galamba na Assembleia durante a interpelação do PCP ao governo. Aonde utilizou argumentos igualmente transcritos na sua página na rede social: O economista-chefe e diretora-geral do FMI admitiram publicamente que, desde o início da crise, todas as instituições internacionais, incluindo o próprio FMI, subestimaram, de forma grosseira, os efeitos recessivos da austeridade.
É perturbador constatar que Vítor Gaspar não considera este acontecimento uma oportunidade para o país, mas sim uma ameaça para a sua alucinada estratégia.
Não há alternativa porque Gaspar não a quer.
Temos um ministro das finanças que não serve ao país.
E assim se vai espalhando a notícia para acordar os ainda distraídos (se é que os há?!).

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