domingo, 18 de novembro de 2012

DOCUMENTÁRIO: «Teatro nô: o mistério do silêncio» de Carl Amadeus Hiller e Thomas Schmelzer (2004)

Longe do barulho e da agitação de Tóquio, o nô conta e canta histórias muito antigas. O documentário transporta-nos para um universo de silêncio, de clareza e de beleza, retratando grandes artistas e testemunhando divergências entre modernidade efervescente e tradição. Oposições que acabam por o não ser, como demonstram dois artistas reputados, que evoluem nesses mundos com grande à vontade.
No Japão do século XIII, as formas mais antigas do espetáculo como o sarugaku e o dengaku ganham complexidade e evoluem para outros mais próximos do teatro.
Dos quatro grupos especializados nestas artes de rua no início do século XIV o de Kan-ami é o mais importante. Em 1374 o jovem principe Yoshimitsu, terceiro shogun da dinastia dos Ashikaga, convida o célebre artista a atuar no palácio para grande escândalo dos cortesãos. Comprovando o seu bom gosto, Kan-ami insere uma dança ritual, que garante uma notável elegância a um espetáculo originalmente popular. O que constitui uma revelação!
Entusiasmado, o jovem shogun toma Kan-ami e o filho Zeami sob a sua proteção. Será este último quem inventa verdadeiramente o nô. Não só se lhe devem as melhores peças do reportório, mas também fixa as bases teóricas da técnica nô: a dinâmica da interpretação, a relação tripartida entre autor, ator e espectador ou ainda os mecanismos da ação dramática.


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