terça-feira, 18 de dezembro de 2012

FILME: «Guerra Civil» de Pedro Caldas (2010)


Estamos no Verão de 82, quando os sinais de guerra civil se tinham diluído a nível nacional, mas estavam na ordem do dia noutros lugares: é, por exemplo, a época dos massacres de Sabra e de Chatila nos campos palestinianos no Líbano.
Mas a guerra civil pode também acontecer numa célula familiar, aonde a comunicação entre mãe e pai, ou entre pais e filho não flui. Ou ainda pode suceder intimamente dentro de cada um deles com o adolescente, Rui, a viver a dificuldade de exprimir os seus desejos pela esfuziante Ana, e a mãe dele a iludir-se com a (im)possível satisfação de um amor tardio com um rapaz quase da idade do filho.
Ao som dos Joy Division ou dos Dexy’s Midnight Runners está em causa a obrigatoriedade de nos cingirmos a um espaço demasiado estreito e desejarmos alcançar outros supostamente mais estimulantes. E, quando se perdem as ilusões, o suicídio será, no caso do protagonista, a única alternativa.
O filme de Pedro Caldas utiliza as maravilhosas paisagens da costa portuguesa para suportar a história numa fotografia exemplar e cuidada, muito embora só tenha matéria para uma curta/média metragem.




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