sábado, 22 de dezembro de 2012

POLÍTICA: e o palhaço, sou eu?


Das leituras que hoje fiz por jornais e blogues retenho cinco trechos elucidativos sobre o que vai ocorrendo por estes dias.
De Daniel Oliveira no «Expresso» socorro-me de dois textos bastante elucidativos, o primeiro dos quais remete para a necessidade urgente de nos livramos deste governo pela suspeição fundamentada de envolvimento de miguel relvas com uns investidores mais do que suspeitos: Não é preciso elaborar nenhuma teoria da conspiração para perceber o que se está a passar neste País. E o resultado será este: a rede internacional de contactos de Miguel Relvas, que integra o que de mais nebuloso pode existir no mundo empresarial, vai tomar conta da economia portuguesa, através do seu homem em Lisboa. E depois de o fazer nada poderá ser desfeito. Se outras razões não existissem para a urgente saída desta gente do governo, esta chegaria. Portugal, já tão minado pela corrupção, corre o risco de se transformar numa lixeira empresarial.
No outro texto retira ensinamentos positivos de quanto foi feito para travar a negociata da TAP com o altruísta senhor colombiano-boliviano-brasileiro-polaco e de como a luta não pode parar: Valeu a pena a determinação com que, nos últimos 15 dias, se debateu a privatização da TAP. Mas a coisa, adiada com uma desculpa pouco credível, continua em cima da mesa. E a decisão sobre privatização da ANA é já para a semana. Ficou a lição: vale a pena insistir. O governo está fragilizado e internamente dividido. E isso pode ser a nossa salvação.
No blogue «Jugular», o João Galamba publica um texto inicialmente postado no facebook e em que se compromete com uma denúncia incansável contra o ataque a que os pensionistas estão a ser sujeitos pelo governo: O Primeiro-Ministro vai avançando subrepticiamente com as atoardas contra o Estado Social, numa tática velha, de minar a credibilidade, para mais facilmente justificar os cortes que aí virão. Depois da falsa partida em matéria de propinas no ensino secundário, voltou-se agora para o sistema de transferências sociais, com particular foco no sistema de pensões. No que de mim depender, esta tática não passará sem denúncia, séria, serena e profunda, tanto quanto for capaz!
No «Diário de Notícias», José Manuel Pureza também abordava o mesmo tema:  Pondo gerações contra gerações, trabalhadores contra trabalhadores, o que o Governo pretende atingir é simples: criar espaço para cortar a sério nas reformas da classe média, esquecendo o que é verdadeiramente milionário. E, pelo caminho, destruir o pilar da Segurança Social da nossa democracia e substitui-lo por um modelo totalmente diferente em que a capitalização privada através do jogo do mercado financeiro tome o lugar da matriz redistributiva e em que todos sejamos penalizados por um adiamento sucessivo da idade da reforma.’
Para concluir temos o texto de Sérgio Lavos no «Arrastão» em que é a mentira descarada dos principais rostos do governo, que está em causa: É notável a desfaçatez com que este Governo mente. Mente com todos os dentes. Mente o primeiro-ministro, mente o Dr. relvas, mente o impressionante Gaspar. Diz-se que a mentira é a segunda pele dos políticos. Pode até ser. Mas o grau de mentira a que este Governo se dedica, o à vontade com que o faz e a indignação que finge ao ser confrontado com a mentira - como o faria uma criança apanhada em tal pecado - são de mestre. A sério. Um fenómeno.
O impressionante Gaspar, o tal economista tecnocrata com pouca habilidade política, rapidamente aprendeu os segredos do ofício. Mente, mente tanto e tão completamente, que chega a fingir ser mentira a verdade que deveras sente. Mente na televisão e mente na casa da democracia. Depois de no início do ano ter dito que 2012 iria marcar um ponto de viragem, hoje negou que o tenha feito. Sem se rir e sem vergonha na cara. Mas ele disse. Agora recusa-se a admitir que disse e não faz novas previsões. Não o podemos censurar - a figura de urso ninguém lha tira, contudo. Nem a mentira. Vítor Gaspar, o ministro que não acerta uma previsão e que mente descaradamente, é realmente impressionante.
Em contraponto com estas análises lúcidas da realidade tal qual ela se nos apresenta com uma evidência repleta de factos indesmentíveis, surgem nos diversos canais televisivos os comentadores alinhados com as estratégias do governo que, desde o  truão miguel beleza ao anão marques mendes, culminando no equilibrista marcelo, reduzem a análise política a uma comédia circense mais apropriada para um outro universo de cariz surrealista...


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