domingo, 27 de janeiro de 2013

MÚSICA: Joseph Calleja, um novo Pavarotti?



Na transmissão que ontem foi possível ver no Grande Auditório da Gulbenkian da «Lucia de Lammermoor» de Donizetti, a partir do Met de Nova Iorque, Joseph Calleja desempenhou o papel de Edgardo, dando réplica à Natalie Dessay.
Se o espetáculo serviu para a soprano francesa regressar a um dos seus mais emblemáticos papéis em que já triunfara na mesma sala na abertura da época de 2007/2008, também confirmou Calleja como um dos principais tenores da atualidade. Levando alguns dos seus mais entusiásticos apreciadores a considera-lo um novo Pavarotti.
E, no entanto, ele foi em tempos um assumido fã do heavy metal, chegando a cantar num grupo de rock, que praticava esse tipo de música. Mas cantar tinha sido um (bom) hábito seu desde criança, porque participara antes no coro da escola e no da igreja. Razão para ouvir frequentemente a ordem: «pára lá de cantar!».
Um dia descobriu na televisão o filme em que Mário Lanza protagonizava o papel de Caruso. E foi a rendição definitiva a essa nova viragem no seu percurso. Aos 19 anos já assinava o seu primeiro contrato com uma editora discográfica. Dezasseis anos depois ele é um dos cantores de ópera mais requisitados pelos grandes palcos de ambos os lados do Atlântico. E lança o álbum Be My Love - A Tribute To Mario Lanza, em homenagem ao ídolo da sua adolescência.  Que constitui também um espetáculo em tournée europeia em que assume um único objetivo: divertir o seu público.
Mas não teremos a possibilidade de o ver passar por Lisboa. Se o (des)governo de passos coelho reduziu em mais de 70% o orçamento do São Carlos, transformando a nova temporada numa quase anedota de mau gosto, a ópera transformou-se num tipo de espetáculo para ver apenas quando viajamos para as grandes cidades europeias…

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