quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

POLÍTICA: o dinheiro que estou a dar para o Banif


No Jugular, o João Galamba explicou de forma muito sintética o que se passa com o financiamento do Banif pelo Estado com o dinheiro a ser pago por todos os contribuintes:
Os deputados da maioria têm dito que todo o dinheiro que o Estado está a injectar nos bancos paga juros elevados e que, por isso, a operação tem um risco reduzido e até é bastante lucrativa. Se isso é em parte verdade no BPI e no BCP, não o é de todo no Banif. Nas operações de recapitalização do BPI e do BCP, o Estado recorreu apenas a instrumentos financeiros híbridos - que, sim, pagam um juro elevado -, mas no caso do Banif o Estado entrou mesmo no capital do banco, o que o expõe a riscos consideráveis. O Banif paga quando puder pagar, isto é, paga quando tiver resultados que o permitam. O facto do Estado, ao contrário do que fez no BPI e no BCP, ter optado por entrar directamente no capital mostra que este longo prazo não está para breve. O Banif pode não ser um novo BPN - que se saiba não estamos perante um caso de polícia -, mas não é certamente apenas mais uma operação banal de reforço da estabilidade do sector financeiro. E é esta diferença e suas implicações que Vítor Gaspar tem de explicar muito bem explicadinho no parlamento.
Se se acrescentar a esta chamada de atenção um facto enunciado por Pedro Tadeu na sua crónica do Diário de Notícias vemos que há muito com que nos devamos sentir preocupados:
Note-se que este banco, de 2000 a 2010, deu aos seus acionistas 216 milhões de euros em dividendos, 41% do total de lucros registados nesse período, dinheirinho que hoje daria muito jeito mas, pelos vistos, ninguém acha dever ser considerado nesta relação desigual entre o nosso proclamadamente falido Estado e os nossos pretensamente ricos capitalistas, cuspidores dessa mão que, afinal, lhes dá sempre de comer e cronicamente os salva dos apuros em que se metem.

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