quinta-feira, 27 de junho de 2013

POLÍTICA: a desilusão dos descoroçoados apoiantes de passos coelho

Quem possui da política a expectativa da intriga e dos jogos sujos de bastidores tem contado com algumas desilusões de monta nos últimos meses à conta de quem liderou o anterior governo socialista.
Primeiro foi José Sócrates em quem miguel relvas confiou a possibilidade de abrir margem de manobra ao (des)governo à conta do que esperaria vir a tornar-se um requisitório semanal na televisão pública contra a forma de António José Seguro fazer oposição. Como mau juiz por si mesmo se julga, o ex-doutor da Lusófona viu o sonho virar pesadelo: em vez de servir de arma de arremesso de passos e companhia contra o líder da oposição, Sócrates é ouvido atentamente nas suas contundentes críticas contra as práticas políticas implementadas a partir de S. Bento com a conivência ativa do inquilino do palácio de Belém.
De permeio surgiu o inesperado testemunho de um alto dirigente do CDS (lobo xavier) a confirmar como esta crise terrível resultante do pedido de intervenção da troika deve ser exclusivamente imputada a passos coelho e seus assessores, que não conseguiram conter a impaciência em se chegarem ao pote.
Agora foi a vez desses descoroçoados apoiantes da direita verem o antigo ministro Teixeira dos Santos não encaixar no guião para que o julgariam fadado: o de recuperar as suas desavenças com Sócrates distraindo os mais inconscientes do iminente sucesso da greve geral.
Com a mesma elevação com que o atual comentador da RTP costuma tratar das questões políticas, o professor da Faculdade de Economia do Porto só teve palavras de apreço para com o seu primeiro-ministro pela forma como, até à exaustão, terá procurado evitar a intervenção da troika.
Se o livro de David Dinis e de Hugo Filipe Coelho já descrevera exaustivamente as batalhas desesperadas em prol da escusa ao resgate, os testemunhos de quem as viveu vai esclarecendo sobre a narrativa que, já sem outros argumentos, passos coelho continua a utilizar para se pretender em vão credibilizar-se à conta da disseminação de mentiras sobre a «pesada herança», que terá recebido.
Esquece-se ele do célebre ditado popular: «a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima». O que se vai traduzindo num cada vez mais óbvio enaltecimento da ação política de Sócrates em detrimento desta vergonhosa prática de vende-pátria protagonizada pelo seu sucessor...


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