sábado, 21 de setembro de 2013

POLÍTICA: quando mesmo repetida mil vezes, a mentira não passa!

Os fanáticos são assim: irracionais na forma como querem acreditar tanto nos seus preconceitos, que os verbalizam obsessivamente como se essa repetição hipnótica pela palavra fizesse coincidir a sua ilusão com a realidade.
Essa atitude não é de agora: somos sempre levados a lembrar a sinistra criatura nazi, que defendia a transformação da mentira em verdade, se fosse mil vezes repetida. Daí que os ideólogos do preconceito arranjem tantas vozes e tão diversificados rostos para o repetirem nas nossas televisões, nos nossos jornais e, efeito do tempo oblige!, também nas redes sociais.
E o que dizem os marcelos e os mendes, os césares das neves ou os camilos lourenços, os medinas carreiras ou os rui ramos? Que o futuro do Estado Social acabou e só nos resta viver numa sociedade desigual, injusta e insegura.
Mas esta semana comprovámos que essa estratégia dos ideólogos globais do preconceito é transversal e pode assumir dimensões insuspeitadas:  na sua reduzida condição de leitor do discurso escrito pelo primeiro-ministro, o novo rei holandês repetiu mais uma vez a mesma mentira. E essa foi uma das notícias da semana: os defensores deste capitalismo selvagem estão tão céticos quanto ao sucesso da dinâmica de contrarrevolução social e política a que se dedicaram, que quiseram-na validar através de um dos rituais mais folclóricos da representação do poder.
O que pode ser lido da forma exatamente contrária ao pretendido: quem está tão ciente da bondade do que acredita não precisa de o anunciar tão obsessivamente. Porque dá para perceber que essa intenção de dizer muitas vezes uma mentira esconde a fraqueza das suas convicções. E, na realidade, embora a frase de goebbels seja hiperconhecida nunca ninguém asseverou, que acabasse comprovada pela História. Pelo contrário, se o fanatismo nazi acabou ingloriamente num bunker de Berlim, também este, de cariz neoliberal, tem os dias contados. Por muito que nos ameacem com troikas, com agências de notação financeira e outros papões tão consistentes como a gelatina...


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