terça-feira, 29 de outubro de 2013

POLÍTICA: e não é que os ratos começam a saltar do navio a afundar?

Há quanto tempo não perdia o meu tempo a ver as elucubrações de marcelo rebelo de sousa com judite de sousa!
Ontem, porém, a curiosidade levou-me a recorrer às potencialidades da power-box para, finalizado o comentário semanal de José Sócrates na RTP, selecionar o que se passara entretanto na TVI, curioso sobre o que diria o “professor” do grande destaque dado pelas televisões ao antigo primeiro-ministro nos dias anteriores.
Mas afinal não são só os merceeiros holandeses do pingo doce ou a livraria bulhosa, quem se esforçam por negar a existência de um facto político com justificada importância para merecer capas de jornais ou aberturas de telejornais. O apagamento das personalidades incómodas não é apenas apanágio do estalinismo: na TVI os dois palradores do domingo à noite também optaram por se silenciarem a tal respeito.
Mas o tempo só não foi inteiramente perdido, porque deu para recordar o tipo de pseudojornalismo praticado pela ex-senhora seara, quando se pôs histérica a querer forçar marcelo a fazer-lhe o frete de se lhe declarar candidato às presidenciais de 2015.
Pode-se conjeturar o que se terá passado pela cabeça aloirada (no sentido pejorativo, claro!) da referida entrevistadora: a forma de retirar Sócrates das primeiras páginas dos jornais - sobretudo, quando acaba de demonstrar, uma vez mais, a essência mentirosa de passos coelho sobre as conversas tidas por ambos em 2010 -  seria arranjar uma «bomba» noticiosa na noite de domingo e nada melhor do que virar os azimutes para eleições aprazadas para daqui a dois anos.
Não sei quem ela quis convencer: a tentativa pareceu-me ridícula e o próprio marcelo assim terá, igualmente pensado ao gestualizar o enfado com a parvoíce da interlocutora. Se alguma vez terá sido profissional com algum mérito, a judite está a transformar-se num caso evidente de irrelevância sem préstimo nem para quantos desejaria favorecer.
Mas, ela não é, a esse respeito, caso único: as afirmações do antigo cardeal de Lisboa, mais do que se revelarem de alguma eficácia para o governo,  acabaram por se virar contra o próprio. Porque, como alguém notava no facebook, só existem, atualmente, duas pessoas em Portugal, que ainda acreditam nos sucessos das políticas seguidas nos últimos dois anos: d. josé policarpo e cavaco silva. Dois casos evidentes de senilidade agravada, que conviria tratar como merecem: reforma definitiva e inapelável, sem direito a voltarem-nos a indignar…
Quem, pelo contrário, anda a primar pelos flic flacs e já se prepara para surgir ajustados ás iminentes viragens políticas, são os senhores da SEDES, a virem lembrar pela voz do insuspeito campos e cunha, que “ninguém confia em quase nada que seja prometido pelo Governo".
Não é propriamente uma surpresa: para quem anda a olhar para os resultados da banca ao longo deste ano (vide os números do BES apresentados esta semana), já vai havendo muito banqueiro e empresário, que reconhece a impossibilidade de se chegar a algum lado com esta políticas. E, quando se trata de acautelar os seus lucros o capital nem tem pátria, nem escrúpulos ideológicos. Se vir que António José Seguro lhes será mais proveitoso para os seus objetivos, o grande patronato não hesitará em promove-lo, atirando passos e seus cúmplices para o aterro do lixo apodrecido.
É por isso que convirá estar atento a novos sinais de desafeições nos apoiantes do governo: sentindo a água a entrar pelos muitos rombos abertos no casco, os ratos vão começar a fugir dele em acelerada velocidade. Um sinal indisfarçável de um futuro que virá!


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