quarta-feira, 6 de novembro de 2013

POLÍTICA: crato é o oliveira e costa do BPNzinho instalado no ensino privado!

A excelente reportagem de Ana Leal sobre a injustificada política de financiamento público das escolas privadas é elucidativa quanto à natureza criminosa das políticas defendidas por nuno crato à frente do Ministério da Educação.
Ciente da completa irracionalidade de existirem escolas públicas suficientes para comportarem todos os alunos dos colégios privados, a própria troika deu instruções para acabar com o pagamento anual de comparticipações dos custos destes últimos, que ascendem a quase 155 milhões de euros. Orientação recusada pelo antigo maoísta agora ultraliberal encarniçado, que invocou razões de “liberdade”.
É evidente que os pais desejosos de darem aos seus filhos o ensino diferenciado propiciado por tais colégios podem e devem continuar a fazê-lo. Mas com uma nuance: pagando dos seus bolsos essa opção sem contarem com o dinheiro dos contribuintes.
Mas a reportagem da TVI ainda vai mais longe: a maioria desses colégios subsidiados pelo Orçamento, ou estão ligados a instituições religiosas - o que viola o princípio básico da separação entre a Igreja e o Estado - ou pertencem a grupos económicos quase todos fundados por gente, que passou por funções públicas em governos e autarquias de direita e aí garantiram as cumplicidades necessárias para auferirem de apoios nacionais ou comunitários para as suas súbitas vocações empreendedoras.
Quando nos escandalizamos, com justificada indignação, por tantos amigos de cavaco silva terem enriquecido obscenamente à conta das ligações ao BPN e à SLN, não podemos ignorar os BPNzinhos, que pululam aqui e além e continuam a gerar acumulações ilegítimas de riqueza com o prejuízo direto de todos quantos julgavam contribuir com os seus impostos para a exequibilização de um ensino público de qualidade.
Compreende-se, igualmente, a sanha destrutiva dos discursos de tantos figurões contra o projeto do Parque Escolar. As campanhas lançadas contra José Sócrates a respeito de gastos sumptuários com a requalificação das escolas públicas foram orquestradas pelos mesmos que agora vêm falar de cheques-ensino e subsidiaram a construção de colégios com piscina, ar condicionado e anfiteatros confortáveis com o mesmo tipo de financiamento, que consideraram escandaloso para as escolas do Estado.
A reportagem ainda é fértil em exemplos de escolas privadas a quem Isabel Alçada, na qualidade de Ministra de Educação do Governo Sócrates, se aprestava a cortar os subsídios públicos e às quais crato tratou de reforçar os financiamentos. Compreendem-se, pois, as razões porque então abundaram materiais propagandísticos contra o PS, nesses colégios privados.
A pouco e pouco a realidade vai desmontando a razão de ser de tanto mal se ter dito de uma política visionária, que apostava num ensino de qualidade, com acesso a ferramentas informáticas e ao ensino de inglês desde o 1º ciclo, destinado a criar uma geração de jovens portugueses mais habilitados para os desafios do futuro.
Fica claramente demonstrada que a direita portuguesa está decidida a proletarizar a grande maioria das gerações futuras, propiciando apenas condições de ensino de qualidade à elite com que conta eternizar-se no poder. E como pretende  assegurar a continuidade de lucros escandalosos por parte dos grupos económicos detentores dos colégios privados através dessas PPP ‘s pela qual enriquecem e os contribuintes pagam.
Tratando-se de um roubo declarado à generalidade dos portugueses, haverá legitimidade para esperar da Procuradoria Geral da República uma investigação honesta dos factos agora relatados de forma a penalizar quem usa a influência política em proveito de uma máfia instalada no setor da educação privada.





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