quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

HISTÓRIA: Quando os sobreviventes dos campos chegaram à Suécia

(sobre o documentário «Harbour of Hope» de Magnus Gertten)
No final de abril de 1945 os Aliados tinham em mãos o destino a dar aos milhares de sobreviventes esqueléticos, que tinham encontrado nos campos de concentração. Trinta mil são recolhidos pela Suécia, que permanecera neutral durante o conflito e dispusera-se a ter um papel humanitário relevante naquele novo contexto.
O porto de Malmö tornou-se nesse porto da esperança em que a Cruz Vermelha recebia gente traumatizada por tudo quanto presenciara e a que julgara não conseguir sobreviver.
O documentário recorre a imagens raras de arquivo e sobretudo a testemunhos de quem viveu a experiência na primeira pessoa: Ewa Kabacinska Jansson, Irène Krausz-Fainman e Joe Rozenberg, cada qual com o relato de como fora parar aos campos e ali sofrera a fome, o frio e, sobretudo, o medo permanente.
Quer tenham decidido ficar ali naquela cidade acolhedora, como Ewa, ou quer tenham preferido emigrar para refazerem as suas vidas noutras latitudes, casos de Irene ou de Joe, todos recordam com nostalgia esse parêntesis encantatório, que significou o regresso à vida depois dos anos de inferno vividos nos campos.
E ainda há a contar com quem deles se ocupou: voluntários da Cruz Vermelha, ou meros habitantes da cidade, que os viu como personificação dessa guerra, que tinham visto desenrolar-se à distância, sem nunca se envolverem.


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