segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

POLÍTICA: as transferências de inverno no mercado capitalista

Neste fim-de-semana foi um fartar vilanagem de notícias sobre a passagem de alguns dos cromos que estiveram ou estão envolvidos, direta ou indiretamente, no governo de passos coelho e se preparam para prosseguirem a sua ação perniciosa contra os portugueses em diversas organizações internacionais.
O guru vítor gaspar prepara-se para, com o entusiástico apoio de schauble, continuar a defender os seus pareceres austeritários no FMI. O álvaro santos pereira irá para a OCDE servir de assistente ao economista chefe, enquanto irá mordiscando uns pastéis de nata. E paulo portas - já aqui o escrevemos - está a pôr-se nos bicos dos pés para uma reforma dourada enquanto burrocrata em Bruxelas.
Não admira assim, que a marilu albuquerque se desfaça em elogios à troika. Como aventava João Rodrigues no blogue «Ladrões de Bicicletas» é caso para perguntar: para onde subirá a seguir?
Mas o caso mais lapidar é o de josé luís arnaut. Aquele que na escola era conhecido como o «asnô» vê premiada com uma promoção para o conselho consultivo da Goldman Sachs todo o seu percurso de vendedor de empresas públicas aos grandes empórios internacionais, como foi o caso dos CTT, em que garantiu uma fatia suculenta dos seus futuros lucros ao seu novo patrão.
Que o nunca brilhante dias tenha formulado na SIC o desejo em que ele vá para essas funções para defender os interesses dos portugueses, só poderia ser visto de forma jocosa, que não foi a intenção daquele colaborador de António José Seguro. Aquela que constituía mais uma oportunidade para denunciar a forma como, sem ponta de patriotismo, há quem se conluie com os grandes interesses capitalistas para espoliar ainda mais os portugueses dos seus rendimentos é algo que só pode ser objeto de permanente abjeção.
Mas também não se pense que o caso ficará por aqui: conhecida pela facilidade com que regularmente, à sexta-feira, convoca os seus colaboradores menos produtivos para, no espaço de uma hora, desocuparem os seus postos de trabalho e serem expulsos dos seus edifícios, não se vê com que argumentos poderá este habilidoso arnaut superar o defunto borges, que de processo sumário desse tipo não terá escapado. Porque, se no mundo dos negócios, ter uma boa carteira de contactos (a “network”) é valioso, não constitui sinónimo obrigatório de sucesso. Por isso o relógio de paulo portas pode servir a contar para o tempo que arnaut durará nos quadros dos falcões do capitalismo selvagem internacional.  Porque tratando-se de uma ave de rapina, é mais do tipo falcãozito, sem a dimensão das águias ou dos gaviões reais.


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