sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

POLÍTICA: se isto não é um cartão amarelo, o que é afinal?

Entrámos na época do faz de conta, de preferência através do recurso a estratégias do mais tenebroso populismo.
As televisões passaram a distrair os seus espectadores com as muitas histórias das praxes levando encarregados de educação a temerem pela sorte dos filhos, que já estão ou poderão vir a estar nas universidades e institutos politécnicos? Põe-se um crato qualquer a pousar para a televisão com uns quantos idiotas úteis e fica a ideia de que, doravante, nenhum meco se voltará a repetir.
Continuam-se a verter lágrimas piedosas pelo Rui Pedro ou pela Maddie? Logo temos a ministra da justiça a prometer uma base de dados de pedófilos, que parece garantir que nunca mais repetirão os raptos e abusos tão gratos aos correios da manhã das nossas bancas por serem garantia de mais lixo tóxico vendido sob a forma de papel.
E assim se vão distraindo os portugueses de quão grave continua a ser a situação económica e financeira do país, apesar de os matraquearem com «milagres» e com «soberanias restauradas». Agora até prometem uma «saída limpa» da troika, como se as condições da Irlanda estivessem aqui reunidas. Mas, como alertava manuela ferreira leite na sua intervenção semanal na TVI24, que importa vir a pagar muito mais em juros num futuro próximo em vez de valores bem mais comedidos através de um programa cautelar se a prioridade é fazer todos os possíveis para levar os eleitores a dar-lhes a vitória nas europeias e com elas ver alavancadas as possibilidades de repetir esse resultado nas legislativas e nas presidenciais seguintes?
Mas, ainda assim, há coisas que não vão batendo certo na propaganda contínua, que televisões e jornais vão divulgando em favor de passos coelho e seus comparsas. Um exemplo esteve nas eleições internas do partido laranja, que voltou a consagrar esta liderança com 15 524 votos. Ou seja, quase menos dois mil do que em 2012 e menos de metade dos que a tinham eleito em 2010.
Com o picante de terem existido 2138 militantes (ou seja 12%), que se deram ao trabalho de irem às secções para assumirem a preferência por candidato nenhum: 1.492 votos em branco e 646 nulos.  Se isto não é um cartão amarelo vindo do próprio balneário, o que é então?


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