domingo, 16 de fevereiro de 2014

BANDA SONORA: o direito a gritar de Matt Elliott

Sobre este tema de Matt Elliott escreveu João Bonifácio no «Ípsilon»: 
Quando certa vez lhe perguntaram por que razão os planos iniciais dos seus filmes eram sempre tão longos, o cineasta russo Andrei Tarkovski não hesitou: “Para afastar os idiotas.” Matt Elliott há-de ter pensado algo de semelhante quando compôs a lindíssima «The right to cry», o épico de 17 minutos que abre o seu mais recente disco, «Only Myocardial Infarction Can Break Your Heart»: aqueles que consideram que uma canção tem um verso, uma ponte e um refrão, tudo em três minutos, certamente se absterão de entrar em álbum assim. Mas fazem mal, pois decerto seriam logo tomados pelo enlevo do dedilhado simples à guitarra, da melodia de arrepiar e da fundura dada pelo contrabaixo e pelo violoncelo — o mais próximo que Elliott esteve de Leonard Cohen. Depois dessa secção aprumada, a canção queda-se ao abandono  instrumental até que este é tomado pelo vendaval da voz de Elliott, suportado numa percussão mais marcada e assim, no cimo da onda, se chega ao fim dos 17 minutos.








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