quinta-feira, 24 de abril de 2014

POLÍTICA: porque é que passos coelho tem cavaco e portas no bolso?

Para quem gosta de teorias da conspiração já muitas vezes se conjeturou como passos coelho conseguiu pôr no bolso, tão facilmente, quer cavaco silva, quer paulo portas.
Para os mais racionais tratar-se-ão apenas de afinidades eletivas justificadas pela mesma forma de ver o mundo e o interpretar, optando-se pela receita mais fashion dos atuais neoliberais.
Mas quem disse que a política será sempre ditada por mero racionalismo? 
É que passos coelho não se tem eximido de provocar os seus aparentes parceiros como se, mais do que o seu acordo, se deleitasse com a sua humilhação. Por isso mesmo não terá hesitado em mandar aprovar na Assembleia um diploma, que cavaco mal acabara de vetar e multiplica referências aos submarinos do irrevogável portas, seja diretamente no parlamento, quer por interpostos mensageiros (o sempre prestimoso pasquim da manhã!).
Se quisermos ser maliciosos dentro dessa lógica  conspirativa podemos sempre imaginar o que o espião, que se mudou para a Ongoing e quer agora regressar à Função Pública, andará a debitar aos seus antigos ou atuais «irmãos» da loja mafiosa, que integram. Porque não se pode duvidar que, à pala das suas funções nos serviços secretos, tal figurão andou a congeminar a criação de um Estado tentacular dentro do Estado, o que só seria possível imitando o tenebroso Hoover, que criava dossiers profusos sobre os vícios privados de toda a gente, quer para intimidar, quer para chantagear.
E, ligado a esse ex-espião também podemos conjeturar o que andará a fazer miguel relvas no intervalo dos seus negócios de lobbying, depois de - para quase incredulidade de todos os congressistas então presentes no Coliseu - passos coelho o promover à presidência do Conselho Nacional do partido laranja.
Seríamos ingénuos se não interligássemos tudo isto numa mesma estratégia de longo prazo, a que convirá andar atento. É que, com um CDS cada vez mais fraco nas sondagens será fácil afastar portas (não foi o benzedeiro de Fafe a anunciar na SIC, que ele nem sequer liderará o partido nas próximas legislativas?) e promover a transformação da «Aliança Portugal» no grande partido da direita, contra o qual a esquerda, estilhaçada por vários partidos, terá dificuldade em derrubar.
Por isso mesmo importa que, do PS ao Bloco, passando pelo PCP, toda a esquerda se prepare para contrariar esta possível estratégia com que a direita radical procurará eternizar-se no poder.
O Manifesto dos 74 demonstra precisamente que existe potencial para alcançar esse objetivo, implicando também quem se sente social-democrata e democrata-cristão e não se reconhece no ideário e na prática extremista dos que secundam passos coelho e o têm como hábil marioneta.
Será, pois, tempo de Jerónimo de Sousa deixar de repetir a cassete de não existirem diferenças entre o PSD e o PS. Hoje elas são imensas e começam pelo que mais importa: o respeito ou não pelas mais elementares regras democráticas.
É tempo, pois, de olhar a sério para uma verdadeira união à esquerda!


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