segunda-feira, 30 de junho de 2014

A pedra-de-toque que distingue António Costa do inseguro líder!

Por muito que haja quem tente convencer-nos quanto a não existir grande diferença ideológica entre António José Seguro e António Costa - outro António, o Vitorino, andou a afirmá-lo na SIC Notícias! - ela existe e é de monta. Melhor ainda: entre os dois candidatos à liderança do Partido Socialista a pedra-de-toque que os distingue é essencial, porque determinante quanto à estratégia a seguir para mudar o futuro do país.
Essa pedra-de-toque tem a ver com a forma como se diagnosticam as causas que conduziram ao memorando de 2011 assinado com a troika.
Infelizmente vemos ainda alguns socialistas a comprarem a “narrativa” da direita e a sentirem-se confortados com ela. Assim, o PS liderado por Sócrates teria sido despesista e teria conduzido o país à bancarrota.
Que passos coelho e paulo portas - mesmo conscientes da falsidade dessa atoarda! - utilizem tal argumento até à exaustão, compreende-se! Afinal, o governo de Sócrates, com o plano tecnológico, com a requalificação dos recursos humanos, com o simplex, com a aposta nas energias renováveis e em tantas outras iniciativas, criou uma dinâmica de modernização, que só pode assustar os que consideram conveniente o empobrecimento e a desqualificação dos portugueses como forma de concretizarem o seu projeto ideológico. Mas que haja socialistas a subscreverem essas teses - e esse é o caso de António José Seguro e dos seus apoiantes! - diz bem da necessidade de o Partido vir a, futuramente, dar uma atenção muito porfiada à comunicação interna com os militantes, porque só a intoxicação informativa de alguns media e uma cegueira perante a realidade poderá justificar a existência desses equívocos.
A menos que - e dando aí razão a Mário Soares! - que o Partido contenha no seu interior uns quantos militantes até alcandorados às estruturas dirigentes, que em nada coincidam com um pensamento socialista!
Em suma, e como diz João Galamba na sua crónica de hoje no «Expresso», quem pensa assim nunca conseguirá verdadeiramente criticar e opor-se às políticas deste governo”.
É por isso que a tal pedra-de-toque define basicamente isto: se fosse o candidato do Partido Socialista ao cargo de primeiro-ministro António José Seguro limitar-se-ia a servir-lhe de mera alternância. Como diria o príncipe Salinas no «Leopardo» de Lampedusa, mudar-se-ia alguma coisa (apenas uns quantos rostos!) para que tudo ficasse na mesma. Ou seja, a austeridade pura e dura, os cortes no que resta do Estado Social e a expectativa (nunca demonstrada) que, com menos custos e menos proteção dos trabalhadores pelas leis laborais, a iniciativa privada transformaria Portugal num novo Canãa, de cuja terra jorraria o leite e o mel!
Ora o que os portugueses necessitam não é de uma alternância, mas de uma verdadeira alternativa! E essa é a proposta por António Costa, que apresenta uma agenda de transformação do país para dez anos em que se procurarão resolver as verdadeiras razões estruturais, que estiveram na origem da crise. Não há pois que deixar equivaler sequer o pensamento de um com o do outro. Em Seguro sobra a maledicência e a retórica vazia, que julga serem os polos de interesse dos militantes e simpatizantes. Em Costa o discurso é dirigido a todos os portugueses e visa demonstrar-lhes que existe uma solução efetiva para o país e um Partido Socialista forte e com a consistência de quem sabe a direção a seguir. Porque é isso que os portugueses verdadeiramente querem: não sabem por onde vão, mas não querem ir por onde passos e Seguro os têm conduzido!


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