sábado, 22 de novembro de 2014

Há coisas que não esquecemos

Há dias a reportagem televisiva sobre a apresentação na FAUL da moção de António Costa mostrava um João Proença a bater palmas contrafeito numa passagem do discurso, que merecia vibrantes aplausos de toda a sala. A expressão facial e corporal do antigo secretário-geral da UGT era bastante reveladora do que vai na alma dos ex-seguristas, que demorarão muito tempo a engolir a amargura pela derrota nas Primárias e tudo farão para dificultar o sucesso do Partido Socialista nos próximos combates, que se avizinham.
Por mor das aparências eles não deixarão de aparecer a mostrar-se em eventos onde lhes convirá não se fazerem esquecidos - e esta semana na sessão Hotel Esperança em Setúbal já lá vimos uns quantos, que tanto mal tinham dito de António Costa e de quem o apoiava ultrapassando tudo o que o combate político deveria merecer a nível de comportamento. Compareceram, viram e escaparam-se pela porta dos fundos tão só se sentiram convencidos de terem cumprido o ritual a que se haviam proposto.
Mas ei-los nas redes sociais a aproveitarem tudo quanto possa denegrir a nova liderança do Partido, seja a respeito das inundações de Lisboa, das taxas aos turistas ou das subvenções a políticos, todas elas utilizadas na base de uma desinformação, que não . Ei-los a apresentarem-se às eleições para delegados neste fim-de-semana sob a capa de um apoio a António Costa, que verdadeiramente execram.
Apesar de existir uma vontade do novo líder em diluir as tensões entre quem o apoiou e quem esteve com Seguro, não será nada fácil que isso suceda. É que o segurismo, no que ele significou de mediocridade intelectual, de arrivismo canhestro, de compadrios de circunstância, continua dentro do PS apesar do desaparecimento político de quem lhe esteve no cume. E, por outro lado, são muitos os apoiantes de António Costa, que se recusam a esquecer as afrontas a que foram sujeitos durante todo o verão passado. É que há episódios, que dificilmente poderão merecer qualquer perdão.

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