domingo, 23 de novembro de 2014

Meninos e meninas: o circo desceu à cidade!

Todos quantos apreciam as opiniões de José Sócrates sobre a atualidade política ficaram a perder com esta sua inopinada detenção. A esta hora da noite, depois de termos comemorado devidamente a impressionante eleição de António Costa para secretário-geral do PS, já contaríamos com o que ele decerto tem a dizer sobre a Comissão de Inquérito ao caso BES ou sobre aos indícios de corrupção em altos funcionários do Estado. Por esta altura não faltariam nas redes sociais as referências a tudo quanto ele entretanto proferira.
Assim espoliado de um dos prazeres intelectuais do domingo à noite, continuo a ignorar as fantasiosas hipóteses sobre as razões da sua detenção, que se sucedem nas televisões. Ademais veiculadas ostensivamente por quem possui todo o interesse em semear a confusão a respeito da honorabilidade do antigo primeiro-ministro, para ver se algumas dessas especulações lhe ficam coladas quando se confirmar a irrazoabilidade de todo o circo mediático organizado pela Procuradoria-Geral da República e alguns «jornalistas» em torno deste lamentável caso.
Durante todo o dia foi penoso assistir ao desfile de muitos comentadores para tentarem emitir algumas banalidades  porquanto lhes iam faltando informações concretas sobre o que ia decorrendo no Campus da Justiça.
Nesse aspeto tem sido deliciosa a forma como o advogado de defesa de José Sócrates tem agido, confrontando os que o queriam forçar a falar com uma resistência coriácea e até com o seu quê de anedótico como sucedeu quando se lhes identificou como apenas sendo quem tinha sido incumbido de ir buscar o almoço.
Para uma imprensa, que se comporta muitas vezes como os abutres em torno das carcaças, João Araújo mostrou como deve ser o comportamento de um verdadeiro causídico.
Pelo que pudemos ver cumpre citar a conhecida máxima de um antigo futebolista:  os prognósticos só se justificam no fim do jogo. E faço sérios votos para que se volte a justificar a sageza do provérbio segundo o qual ri melhor quem rirá no fim.
Quer pela razão, quer pelo lado dos afetos, continuo inabalável na defesa de José Sócrates. Por muito que me inquiete a possibilidade de estarmos a assistir a mais um degrau na tentativa de golpe de Estado por parte do poder judicial...

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