terça-feira, 24 de março de 2015

As propostas de uns e as ilusões de outros

1. No auditório do Museu de História Natural e de Ciência, António Costa voltou a demonstrar que os seus detratores estão com óbvios problemas de surdez, quando o acusam de não  revelar  o programa por que se norteará o seu governo. Assim, só nesta ocasião, ele comprometeu-se  a:
- desde o início da próxima legislatura atingir o objetivo inscrito no documento Europa 2020, de somar nesses anos 40% de pessoas entre os 30 e 34 com formação superior.
- estabilizar a escola, deixá-la respirar e devolver-lhe paz. “Não é possível melhorar a qualidade da aprendizagem e mobilizar a comunidade educativa e as famílias sem que exista paz e tranquilidade nas escolas”.
- dar a “prioridade das prioridades”, ao ensino básico e pré-escolar, onde assumiu o compromisso da aposta da “igualdade” e “melhoria da qualidade”, mas também onde definiu a “linha vermelha” em relação ao atual Governo: “Recusaremos liminarmente a ideia de antecipar para o básico as diferenciações vocacionais, porque, sobretudo numa idade precoce, representa prolongar na sociedade de forma duradoura fraturas sociais.”
- reativar o programa Novas Oportunidades, meta que classificou “como um ‘dever de cidadania’ para com aqueles que não haviam tido as oportunidades que os mais jovens tinham disfrutado”;
Em vez de um país empobrecido e desqualificado, António Costa reiterou a necessidade de fazer de Portugal um país com muitos mais empregos qualificados do que os atualmente disponíveis. Porque só com eles é possível alcançar o crescimento necessário à consolidação das finanças públicas.
2. Enquanto António Costa vai percorrendo o árduo caminho, que o tornará no próximo primeiro-ministro de Portugal, o PSD passou a dedicar-se aos espetáculos de stand by comedy. O mais recente foi organizado num dos hotéis Sana de Lisboa e teve como cómico de serviço o inefável marco antónio. Depois de deixar falida a câmara de Gaia com o seu comparsa meneses, o atual dono do aparelho laranja juntou quarenta grandes empresários para lhes anunciar a “boa nova”: tinha em sua posse uma sondagem que dá 29% para o PS e 26% para o PSD.
Daí o momento culminante da noite, quando previu a possibilidade de uma nova vitória eleitoral da direita.
Como o responsável da sonoplastia da sala estava distraído a piada saiu sem o conveniente acompanhamento das risadas gravadas. Restou o ar compungido dos que, ali presentes, tiveram a noção de haver na direita quem confunda sonhos com realidades…
3. Estava escrito nas estrelas: à medida que a situação política e económica ucraniana se começasse a deteriorar, começaria o espetáculo autofágico na frágil coligação de interesses congregado no novo regime de Kiev. Agora o “presidente” Poroshenko mandou cercar e aprisionar um dos seus principais apoiantes, o oligarca Igor Kolomoisky, que detém numerosos mercenários a servirem-lhe de milícia pessoal.
Putin só tem de ir esperando sentado, porque a guerra civil entre os anti-russos e os pró-russos ameaça interromper-se para que aqueles disputem entre si quem mais armas detém...

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