quinta-feira, 21 de maio de 2015

Um (ainda) governo encostado às cordas!

1. Para incómodo de muitos aí está o programa eleitoral do Partido Socialista! Uma vez mais temos passos coelho e a sua equipa encostada às cordas, sem argumentos de jeito para conseguir contrariar as propostas de quem os não tardará a mandar para o tal caixote do lixo da História, donde desejamos que não voltem. Sob pena de acontecer o que está a verificar-se com cavaco silva: da primeira vez a sua presença no palco do poder significou uma enorme tragédia. Agora, no seu regresso através da função presidencial, apronta-se para sair de cena ao jeito de uma soturna farsa sem graça…
Pessoalmente pouco me importa se se verifica um recuo no fim da sobretaxa do IRS ou na descida da TSU para o patronato, por muito que essas sejam as matérias mais exploradas por quem pretenda denegrir as propostas socialistas. O que valorizo é a credibilidade em que assentam, acompanhadas de compromissos fundamentais  numa melhor qualidade de vida para a maioria dos portugueses com, nomeadamente,  a revalorização do Serviço Nacional de Saúde e da Educação e Requalificação, a estabilização da legislação fiscal e o combate à pobreza mais extrema. E com a aprovação do plano nacional de infraestruturas por uma maioria qualificada de deputados, cala os argumentos da direita que vai tendo dificuldades acrescidas para encontrar um discurso consistente. E isso viu-se ontem na Assembleia com a ministra das finanças a furtar-se à explicação pedida por João Galamba de como pretende vir a poupar 600 milhões de euros na Segurança Social. Ou com a UTAO a questionar o PEC recentemente entregue em Bruxelas por considerar as previsões do (ainda) governo como com “importantes riscos para a sua concretização.”
Prevê-se que o consultor brasileiro contratado pela direita para assessorar a sua campanha eleitoral terá muito trabalho para evitar a penosa degenerescência de uma aliança partidária, que conhecerá tumultuosas movimentações daqui a cinco meses. Porque, mesmo quando tenta cavalgar um episódio, que a põe em causa - o comportamento policial em Guimarães - para enlamear a probidade e competência de Fernando Medina como presidente da câmara de Lisboa, fá-lo de forma cobarde, através de insinuações anónimas, que são prontamente desmentidas pela realidade dos factos. Como muito bem reagiu o diretor de comunicação do Benfica, João Gabriel, “quem não assume responsabilidades é porque não as merece ter! Lamentável o que uma fonte sem rosto e sem nome consegue fazer! Fernando Medina mostrou porque sucedeu a [António] Costa. Deu a cara para fazer o contraditório de quem se escondeu no anonimato!”
2. Na sua crónica semanal no «Público», Rui Tavares enquadra esse mesmo episódio de violência policial em Guimarães numa ambiência generalizada no país onde a ilegitimidade das pressões de quem se julga com inquestionáveis poderes, entende agir sobre quem entende mais fraco.
É por isso fundamental exigir ao próximo governo, que coloque na sua agenda a recuperação do valor republicano da Liberdade contra os que a querem agrilhoar com as suas intimidações: “A agenda da liberdade de que necessitamos, neste país de medos, vai muito para lá da violência policial. Passa pelo combate à intimidação no local de trabalho, pela afirmação da autonomia individual contra a subserviência às hierarquias nominais, pelo  direito a ser criança sem sujeição intimidatória e humilhante. Passa, acima de tudo, pelo reconhecimento de que o exercício dos nossos direitos é ainda difícil em Portugal — e que não ficará mais fácil a não ser através da insistência, teimosa e permanente, numa agenda política da liberdade.”

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