sábado, 25 de julho de 2015

Desonestidades e arrivismos

1. A intrujice voltou a estar na ordem do dia com a hiperanunciada redução da sobretaxa do IRS para 2016, se o PSD e o PP ainda se mantivessem em funções.
Como dizia um dirigente comunista o governo entrou numa fase em que crê nas virtudes de repetir milhentas vezes a mesma mentira a ver se ela pega.
Mais polido na reação, Pedro Nuno Santos proclamou tratar-se de uma óbvia desonestidade.
Sabemos, porém, que maria luís albuquerque e paulo núncio enfeitaram o mais possível os números da receita fiscal, protelando a devolução do IVA a quem tem direito a recebê-la.
Mas, mesmo que fosse verdade, esse alívio na sobretaxa significaria mais 1 ou 2 euros mensais para os portugueses menos endinheirados, e 8 a 10 aos que têm rendimentos de 2500/ 3000 euros. Ninharias, que só servem de trombetas para querer passar a ideia de amanhãs que cantam se os eleitores apoiarem esta coligação.
É claro que, para “abrilhantar” a festa não faltou a participação de cavaco silva, sempre prestável quando se trata de cotejar quanto vem da propaganda do governo.
Estarão os estrategas da direita a querer testar até que ponto são tolos os portugueses? Julgam bastar papas e bolos para os enganar quanto aos seus verdadeiros propósitos?
Tenho esperanças fundadas em como se enganarão: quando se tratar da verdadeira sondagem sobre o que pensam os portugueses - a que se verificará a 4 de outubro! - haverá quem fique em estado de choque no triângulo entre Belém, o Largo do Caldas e a Rua de São Caetano…
2. Tinha prometido não voltar ao tema até às eleições, mas as circunstâncias forçam-me a abrir momentânea exceção: enquanto outras secções e concelhias já estão na rua em intenso trabalho de campanha pré-eleitoral, o Seixal prima pela ausência. Pior ainda, um dos principais apoiantes do presidente da concelhia - que, recordemo-lo, foi empenhado segurista! - anda pelas redes sociais a proclamar a intenção de não participar em nenhum trabalho político para a batalha que se avizinha.
Estranha forma de fazer militância política: se a realidade se colasse aos seus desejos estaria na linha da frente, mas como isso não aconteceu, ei-lo a apostar no boicote.
E, no entanto, os seixalenses há muito demonstraram o que pensam a respeito de quem ainda se mantem como líder da concelhia até às próximas (e urgentes eleições): nas primárias votaram maioritariamente em António Costa. Para a Federação Distrital apostaram maioritariamente em Ana Catarina Mendes contra a sua opositora segurista. Para o Congresso escolheram maioritariamente delegados apoiantes do secretário-geral.
Mas o escrutínio dos eleitores seixalenses não diretamente relacionados com o PS ainda é mais sintomático: o Partido Socialista é o mais votado nas eleições legislativas e europeias, mas quando se trata de autárquicas transferem o voto para os comunistas. Porque será? Pelo trabalho irrepreensível dessas vereações? Longe disso, que os motivos de queixa são mais que muitos. A razão é outra: os seixalenses não confiam em quem tem dirigido os socialistas do concelho nestes últimos anos, quando seria crível verificar-se a tendência já constatada noutras autarquias entretanto ganhas ao PC.
Daí a importância de fazer desta campanha para as legislativas - pelos vistos sem a participação do ainda seu suposto presidente! - a dinâmica capaz de dar aos seixalenses uma liderança mais carismática à concelhia socialista. Em que se ponham fim aos tiques arrivistas e voltem a predominar os valores inerentes á sua matriz solidária e progressista! 

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