domingo, 25 de outubro de 2015

O Acordo que virá e os maçons que estão a ir

1. A direita e os comentadores que a apoiam têm sido férteis em salientar o seu desconhecimento a respeito do conteúdo do acordo entre o PS, o BE, o PCP e os Verdes.
Mas até alguém, agora tão agastado observador da conjuntura - Miguel de Sousa Tavares -, já o percebeu: depois de ter apresentado o seu programa macroeconómico no verão, muito antes da campanha eleitoral propriamente dita, António Costa viu-o, não só intensamente escrutinado, como, sobretudo, deturpado em muitos dos seus pressupostos.
O resultado foi negativo: em vez dos portugueses se confrontarem com o balanço dos quatro anos de (des)governação, que prometiam vir a ser iguais acaso houvesse vitória do PàF, andaram a ser enganados sobre as propostas do PS, continuamente atacadas à esquerda e à direita numa permanente e eficaz operação de desgaste.
Agora os que levaram por diante a mesma insidiosa campanha muito desejariam repeti-la: surgissem já à luz do dia os conteúdos do Acordo entre as quatro formações partidárias da esquerda parlamentar e não se voltaria a falar do programa com que passos coelho se irá proximamente sujeitar às moções de rejeição.
Está, pois, aprendida a lição: o Acordo só poderá vir à luz do dia, quando pedro, “o breve”,  vir confirmada a verdadeira essência da sua retumbante «vitória» eleitoral.
Depois, haverá tempo para que o programa do governo liderado por António Costa seja conhecido e aprovado pela maioria parlamentar…
2. Embora nunca tenha sido dado a grande interesse pelos fenómenos da transcendência, olhei para a Maçonaria com simpatia durante muitos anos.
Muitos dos mais brilhantes artistas dos séculos mais recentes não tinham sido maçóns? Não estivera a associação na origem de algumas das mais significativas Revoluções europeias e americanas?
É verdade que assim foi no passado. Mas, nos anos mais recentes, essas associações clandestinas foram tomadas de assalto por gente  arrivista, mais interessada em servir-se a si mesma do que em desenvolver esforços filantrópicos em prol dos seus concidadãos.
Quando sabemos que a Maçonaria agrega agora nomes como luís montenegro, isaltino morais, miguel relvas ou moita flores, ficamos identificados com a natureza ética nela existente. Daí que faça todo o sentido a denúncia feita por Pacheco Pereira no «Diário de Notícias«, que constata haver uma parte significativa de dirigentes do PSD integrados em lojas maçónicas. E “essa maçonaria funciona muito com ligação à maçonaria dos interesses, àquela que mais do que uma tradição filosófica é uma rede de interesses e de organização do poder."
Tudo ainda mais faz sentido, quando sabemos que Carlos Zorrinho e Jorge Coelho também usam avental. Compreender-se-á, assim melhor, porque não se mostram nada entusiasmados com a viragem à esquerda do PS pelo que isso possa prejudicar os negócios dos seus clandestinos apaniguados...

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