terça-feira, 12 de abril de 2016

Que os «hackers» continuem a bisbilhotar!

Os Panama Papers continuam a causar embaraço aos que têm recorrido a contas offshore como forma de fugirem aos impostos, obrigando outros a pagá-los por si.
Desta segunda-feira há, sobretudo, o embaraço de David Cameron no Parlamento inglês onde as explicações sobre as provas entretanto reveladas não conseguiram convencer a bancada trabalhista, nem a opinião pública na rua. Não será desavisado, que ele comece a preparar caixotes para a iminente saída do 10 de Downing Street.
Por cá quem se viu desmentido foi Ilídio Pinho, o dileto amigo de Passos Coelho, que reclamara alva inocência no fim-de-semana e sobre quem foi demonstrada a manobra para não pagar um cêntimo de IRS da sua Fundação através da movimentação de dinheiro pela sua identidade panamiana: a IPC Management. Afinal o «benfeitor» da Colep e moralista com «sábios conselhos» aos portugueses em múltiplas entrevistas, não passa de um delinquente fiscal.
As revelações, que vêm sendo feitas a propósito da efetiva dimensão do problema, só fundamentam a urgência em combatê-lo: segundo a Tax Justice Network a riqueza mundial em offshores atinge um valor entre os 21 e os 32 000 000 000 000 (milhões de milhões) de dólares. Se se pusesse esse valor em notas de dólar enfileiradas uma a uma, daria para que elas dessem três vezes a volta da Terra em torno do Sol.
Não há quem duvide que, anualmente, 1/4 da riqueza produzida seja transferida para essas contas com quatro objetivos principais: fugir aos impostos, lavar dinheiro conseguido em atividades criminosas, alimentar a corrupção de políticos de todas as latitudes ou financiar o terrorismo.
Por ora, e enquanto as Democracias não encontram a forma de se resgatarem impondo o fim dos paraísos fiscais façamos votos para que haja muitos hackers a piratearem os computadores das sociedades aí sedeadas para continuarmos a saber os nomes dos que nos andam a comer por parvos há demasiado tempo. Por coincidência são sempre eles a ditarem-nos a necessidade de vivermos austeritariamente e a incitarem-nos á competitividade prescindindo dos mais elementares direitos sociais...

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