sexta-feira, 17 de junho de 2016

De canalhice em canalhice até ao descrédito final

Será um mero acaso a coincidência entre o xeque-mate, que significará a manifestação de amanhã em prol da Escola Pública sobre a sua anterior campanha contra o governo, que levou o PSD a avançar com a Comissão Parlamentar sobre a Caixa Geral de Depósitos?
Para a febre amarela, que deu nalguns contestatários não deve estar a significar um recobro muito agradável esta sensação de terem sido usados como carne para canhão na luta política da direita e agora se verem abandonados como imprestáveis.
O que Passos Coelho e Assunção Cristas mais anseiam é manterem-se referenciados pelos jornais e telejornais nossos de cada dia. Pouco importa que digam bem deles - como sucede ainda com a maioria dos opinadores selecionados pelos patrões da comunicação social - ou que os critiquem, como sucedeu com Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix ou o insuspeito David Dinis. Conquanto sejam falados, é isso que lhes importa.
Nada lhes diz, igualmente, o que melhor interessa ao país: como a sua costela colaboracionista com os que se julgam donos da Europa bem demonstrou nos quatro anos do poder, a conservação ou a tentativa de recuperação do mirifico pote justifica todas as canalhices. O patriotismo resume-se a envergar a bandeirinha na lapela e esquecê-la em tudo o que deveria significar honrá-la e dignifica-la.
Nesse sentido a nossa direita não mostra grande diferença em relação à brasileira, que conspirou para derrubar Dilma e agora se vai vendo acusada dos esquemas de corrupção de que só ela estava incólume. Temer também já está mais do que denunciado como corrupto, tendo lucrado com as luvas propiciadas pela Petrobrás.
A falta de escrúpulos não conhece limites, e se em Portugal ela vai ao ponto de querer destruir o que resta do nosso sistema bancário, no Brasil alcançou a dimensão de um golpe de Estado.
Não se pode ter contemplações com a direita dos nossos dias: é que ela já nem sequer disfarça ao que vem...

Sem comentários:

Enviar um comentário