segunda-feira, 13 de junho de 2016

Uma ameaça omnipresente

Correspondendo apenas a 2% da capacidade produtiva espanhola em eletricidade a central nuclear de Almaraz é completamente desnecessária, pelo que deveria ser encerrada de imediato para não nos fazer passar pelos mesmos sobressaltos, que as populações das vizinhanças de Chernobyl ou Fukushima, quando aí ocorreram as tristemente célebres explosões.
As autoridades espanholas minimizam o risco dessa instalação, mas incorrem no mesmo tipo de sobranceria perante a probabilidade de acidente, que já conhecemos de sobremaneira noutras, que vieram depois a pagar com língua de palmo a sua falta de sentido de responsabilidade.
Então, porque apostam em manter aquilo que sabem ser uma instalação problemática, não só em frequência de avarias, mas também em falta de cultura de segurança?
São duas as razões: os interesses privados, que são donos da central, não se mostram dispostos a prescindir dos 161 milhões de euros anuais, que lhes caem nos cofres. E a população à volta de Almaraz, maioritariamente do Partido Popular, não quer perder os empregos ali existentes, que são os únicos dignos desse nome na região.
Por isso, a menos que a manifestação deste fim de semana em Cáceres seja seguida de outras, ainda mais concorridas, dificilmente nos livraremos de estar continuamente sob a ameaça de uma nuvem radioativa sobre as nossas cabeças.

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