quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A contestação do marxismo

Embora discordando em muitos dos aspetos aqui defendidos pelo Jaime Santos aqui deixo mais um dos seus textos fundamentados, que o levam a defender a social-democracia em detrimento do marxismo:

Já agora insisto neste ponto. O meu problema com o modelo marxista é que ele não garante as liberdades fundamentais (de associação, de expressão, de iniciativa, etc). As derivas totalitárias que observamos em todos os casos de Governos marxistas (o caso de Allende é talvez a exceção, mas aí havia um profundo problema de competência na gestão económica, acompanhado pela contestação direitista, claro) não são um defeito, são mesmo feitio, para usar um termo do agrado de alguns desses 'jovens turcos' que referi acima. 
Como alguém disse, não se pode esperar que uma pequena árvore que foi transformada num cajado, frutifique e dê flores e frutos (só por milagre como na história de Tannhauser, mas não acredito em milagres). O marxismo contém em si o gérmen da ditadura. 
Só o Governo limitado (o que quer dizer um modelo social-democrata) pode garantir que a Liberdade não acabe sacrificada em nome da (pretensa) Igualdade. Por outras palavras, mesmo em relação ao modelo presente, o Marxismo é regressivo e eu não gosto de andar para trás...
O que me aflige é que agora, quando o Capitalismo apresenta uma das suas crises recorrentes (e eu alinho mais com Kondratiev do que com Marx nisto) a Esquerda em vez de pensar em novas alternativas regressa às velhas... 
Será que a inovação tecnológica não permite a formação, em áreas diversas, de cooperativas industriais que possam competir com o capitalismo e eventualmente substituí-lo, porque a sua produtividade, as condições de trabalho, etc, são melhores do que nas empresas capitalistas altamente hierarquizadas, que parecem internamente funcionar de forma estranhamente similar ao regime soviético?
Jaime Santos

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