sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Os desafios à nossa imaginação

A língua portuguesa tem aquele conhecido provérbio sobre haver um tipo de pessoas que quando abrem a boca ou entra mosca ou sai asneira. Ele ajusta-se na perfeição a Maria Luís Albuquerque que, ao aparecer-nos amiúde nas televisões, desafia a nossa imaginação quanto aos disparates que dela ouviremos.
Ainda está por se entender o que terá levado tal pispineta a alcançar tão imerecida proeminência no nosso mundo mediático. De Vítor Gaspar ainda se entendia, porque tinha um percurso académico respeitável no currículo. No entanto seria ele quem, sentindo-se como motorista de camião Tir a descer longa inclinação sem travões, tratou de zarpar o mais lestamente possível para a sede do FMI donde vem desdizendo regularmente tudo quanto dele conhecêramos enquanto convicções austeritárias. Mas de Maria Luís o que se conhece do seu percurso como estudante e, depois professora numa universidade sem prestígio? Terá alguma vez assinado uma mesmo que ínfima prosa asseada numa das revistas de referência da Economia & Finanças? Desconfiamos, que a sua oca cabecinha nunca terá tido capacidade para tal.
Mas se a trago aqui a talhe de foice, foi porque foi passear até Atenas e de lá se insurgiu contra a cimeira que aí reúne hoje António Costa a Tsipras, a Hollande, a Renzi e a outros chefes de Estado ou do governo dos chamados países do sul. Para ela esta associação é não só indesejável como perigosa por quanto pode indispor o senhor Schäuble por quem lhe conhecemos tanta idolatria.  Na sua perspetiva António Costa deveria ficar sossegado em Lisboa a ver os outros eixos consolidarem-se dentro da União Europeia (o formado pela Alemanha, Holanda e Finlândia, normalmente inimigo dos nossos interesses, e o de Visegrado, também nada simpático para com quem representa o oposto da sua linha xenófoba) e esperar pelos ataques deles oriundos.
Os quatro anos de direita no poder demonstraram-no à saciedade: a atitude da nêspera do conto de Mário Henriques Leiria, que ficava muito sossegadinha na árvore à espera de não ser vista, só provoca um desenlace inevitável, o de vir a velha e comê-la.
É, pois, bastante positiva a criação de solidariedades produtivas entre os países do sul da Europa até por serem os que da Democracia e da preocupação com a redução das desigualdades, têm perspetivas mais sustentadas. E urge alterar seriamente o rumo de um continente, que tem de se dar ao respeito e ser respeitado pelos que, da globalização, só olham para os números e se esquecem das pessoas e dos ecossistemas em que vivem. 

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