sábado, 5 de novembro de 2016

A importância de combater o abstencionismo

O António Pereira é um dos leitores dos textos aqui inseridos, que costuma comentá-los na sua perspetiva, umas vezes mais próxima, outra mais distanciada do que articulo.
No caso da sondagem da Aximage, que motivou o post «Uma tendência a consolidar-se», ele considerou pertinente assinalar uma outra leitura, não menos significativa, do que sugerem esses números. E não posso concordar mais com ele, quando deixa implícito o não estar só em causa motivar muitos dos eleitores iludidos com as direitas, que só os prejudicaram, a apoiarem o projeto transformador sustentado pela atual maioria das esquerdas, porque sobra um enorme trabalho a desenvolver junto dos que se dizem zangados ou indiferentes com os políticos, não se dando sequer ao trabalho de os ouvirem, quanto mais de neles votarem.
Basta, de facto, fazer uma campanha eleitoral a distribuir propaganda nas ruas, nos mercados, nas estações de transportes, para sentir a importância desse estrato da população divorciada ou jamais conquistada para os direitos, e muito menos para os deveres da cidadania ativa.
O texto do António Pereira - ao qual me limitei a dividir em parágrafos, já que o facebook tem o condão de os não possibilitar tão facilmente! - permite-nos situar esse objetivo, que se transforma num imperativo da ação política dos próximos anos:
Meu caro Jorge Rocha, permita fazer uma leitura numa outra direção deste quadro do excel, onde se manifesta naturalmente preocupante a crescente abstenção, qualquer que seja o percurso político dominante (governo).
Até ao presente não poderá afirmar-se que a Esquerda, à esquerda do PS (talvez extrema) seja governo ou esteja no governo e por isso mesmo a sua influência para este quadro me parece nula, mas depender quer do PSD pelo seu demasiado apego à subserviência estrangeira e com isso à mentira sistemática, com o seu aliado pequenito, o CDS que de cristão nada jamais teve e do centro que jamais soube ocupar.
Entre extremismos convenientes e intimidantes e uma esquerda quase condenada " a divinis" a exclusão governativa, esta direita perigosa e claramente corporativista, se tem definido o panorama abstencionista marcadamente ascendente, mais por descrédito das políticas de direita baseadas na destruição das estruturas sócio laborais e da redução do peso dos sindicatos com a aplicação dos acordos de empresa implantados à base de subornos generalizados aos trabalhadores, do que da ausência dessa esquerda marginal.
É preocupante esta atitude social face ao seu dever cívico a reclamar cuidadoso trabalho de formação de uma forma sustentada. É por isso que esta oportunidade governativa deve ser aproveitada para consolidar toda uma trajectória iniciada, não apenas ideológica, mas real, trazendo o cidadão trabalhador/eleitor ao cumprimento activo/participativo das suas obrigações no seio da sociedade de que é elemento importante, sob a bandeira da confiança agora em restauro na sociedade, graças ao esforço concertado do PS, do BE, do PCP e dos Verdes.
É este colectivo que detém nos seus ombros a carga de renovar a esperança e a confiança dos portugueses, refiro os trabalhadores por conta própria ou por conta de outrem.


Escher

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