sábado, 5 de novembro de 2016

Uma tendência a consolidar-se

As desconfianças com as sondagens justificam-se tanto mais, quanto as temos visto falhar clamorosamente nos últimos tempos e nas culturas mais diversas. Quero, por exemplo, crer que a suposta aproximação de Trump a Hillary nas previsões dos últimos dias têm origem muito mais na necessidade dos meios de comunicação manterem o suspense até ao final do que tratar-se de perigo fundamentado de vitória por parte do lunático dos casinos. Mas, ainda assim, e quando se tratam de estudos baseados nas mesmas metodologias e idêntico perfil dos inquiridos, eles ganham alguma credibilidade e denunciam tendências, que se vão aprofundando no comportamento dos eleitorados.
O estudo mensal da Aximage correspondente a novembro mostra o que se vai sentindo na convivência diária com quem nos aparece pela frente: a maioria de esquerda está a consolidar-se e o PSD a afundar-se, António Costa a crescer no indicador de confiança dos portugueses ao contrário de Passos Coelho, olhado com progressiva aversão.
Para as direitas o futuro adivinha-se-lhes recheado de dúvidas existenciais, como se comprova no já evidente desnorte de se lhe ouvirem teses e contra-teses quase em simultâneo. E isto, quando a viagem com esta maioria ainda mal começou, faltando ganhar a velocidade de cruzeiro em que os investimentos alavancarão e os empregos se criem a ritmo a ritmo crescente.
Que restará então como discurso possível a Passos Coelho ou a Assunção Cristas? É que os amigos em Bruxelas ou em Berlim tenderão a esquecê-los e quantos lhes restem na classe patronal ou jornalística estarão cada vez mais divididos entre as fidelidades ideológicas e a eficiência de políticas tendentes a criarem valor não só para as empresas, mas sobretudo para as pessoas, não só sensíveis a terem os bolsos mais compostos, mas sobretudo as suas competências mais valorizadas e requalificadas.
Muito embora ainda vão aparecendo por aí uns tristes a quererem lançar obstáculos onde eles não se justificam, a maioria parlamentar vai avançando cautelosamente, mas com reforçada sustentabilidade... 



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