sábado, 28 de janeiro de 2017

As potencialidades de uma diplomacia proativa

A reunião que decorre hoje em Lisboa, com os principais responsáveis políticos de sete países do sul da Europa, é fértil demonstração de como tudo mudou com o surgimento deste governo. Com Passos Coelho a diplomacia portuguesa era tímida, quase nem se queria fazer notar no grande concerto das nações, porque contentava-se em seguir docilmente as prescrições vindas da Alemanha, acolitadas dos seus parceiros holandês e finlandês.
António Costa não se conforma com uma União Europeia tal qual existe. As desigualdades entre o norte e o sul, a imposição de agendas neoliberais e a permanência de diferentes regimes fiscais são razões para dela sair ou pretender transformá-la.
Há quem não acredite na recriação do projeto europeu, mas Costa segue a máxima soarista de só ser derrotado quem desiste de lutar. E ele luta, mesmo que os políticos dos países do Norte fiquem mal dispostos com estes novos fóruns dos patinhos feios europeus, como sucedeu com o primeiro-ministro holandês na semana transata. Convencendo Hollande, Rajoy, Tsipras e os líderes de Itália, Chipre e Malta a discutirem onde convergem nos interesses e como os podem impor em Bruxelas, Estrasburgo ou Frankfurt, Costa bem poderá estar em vias de confirmar como o seu talento de negociador produz resultados, que outros, por inépcia ou falta de vontade, julgariam impossíveis.

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