quinta-feira, 23 de março de 2017

Um tranquilo debate quinzenal

Esta tarde estava preparado para assistir ao debate quinzenal, quando os atentados terroristas em Londres vieram inibir os canais de notícias de darem dele o registo habitual. Como alternativa mudei para o Canal da Assembleia da República para ver respondida a minha curiosidade: tendo vivido duas semanas desastrosas, como iriam as direitas manter a tensão dos debates anteriores? É que estava a verificar-se uma tal escalada no insulto, na mentira, na deturpação da realidade, sempre com o objetivo de provocar a periclitante fleuma de António Costa, que o interesse residia em assistir à estratégia para tornearem a total falta de argumentos e sustentarem uma oposição verbalmente violenta, mesmo sem substância.
As duas horas de debate constituíram um passeio para o primeiro-ministro, mesmo quando Assunção Cristas e Luís Montenegro tentaram colar Djesselbloem à família socialista europeia. Tiros sem pólvora, claro: quer António Costa, quer Augusto Santos Silva já tinham mandado rezar a extrema-unção à carreira política do holandês. E nem mesmo a Caixa Geral de Depósitos lhes avivou o desânimo em que parecem ter caído. Com os indicadores publicados e a publicar pelo INE, que papel resta às direitas senão o de embatucarem e irem bebendo uns chás de tília?
Nunca vislumbrando outra alternativa, que não fosse a receita neoliberal, deve-lhes ser desconcertante encararem com uma realidade capaz de lhes negar os mais arreigados dogmas em que politicamente se formataram.

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