quinta-feira, 5 de outubro de 2017

As mudanças pressentidas na margem esquerda da foz do Tejo

A recontagem de votos na União das Freguesias da Caparica e da Trafaria pôs a candidata socialista - Sandra Chaíça - a uma unha negra da vitória, que se revelaria de elementar justiça tendo em conta as manifestas deficiências do trabalho autárquico concretizado pela vereação da CDU nos quatro anos anteriores e bem evidenciadas nos muitos eleitores contactados durante a campanha, em grande parte indignados com a letargia de um poder, que demasiado acomodado ao hábito das vitórias, descansara sobre a obra feita em mandatos anteriores.
Na mensagem enviada à equipa, que com ela colaborou nas muitas ações de agitprop das últimas semanas, ela manifesta a intenção de começar desde já um trabalho porfiado no sentido de concretizar o esperado sucesso em 2021. O que significa manter o entusiasmo pelo contacto direto com os eleitores, ouvindo-lhes os muitos motivos de insatisfação e tentando traduzi-los em propostas concretas nas reuniões dos órgãos autárquicos do concelho. Para tal será necessária a criação de um canal ativo de informação no sentido de os eleitores saberem, sempre que o pretenderem, quais  as atividades empreendidas pelos seus representantes socialistas e com eles interagirem de motu próprio sempre que o sentirem justificado.
Ainda mais exigente será o labor de Inês de Medeiros, que parece ter surpreendido muita gente com a sua vitória para a Câmara Municipal. Nas ruas e nos transportes há quem não se conforme com a derrota de quem julgara possível a eternização no poder por quanto sempre sucedera nas quatro décadas anteriores. Esses detratores invocam sobretudo o desconhecimento do concelho como razão bastante para maldizerem a nova edil, replicando a má-língua infundamentada de alguns opinadores políticos, mormente Pedro Marques Lopes no «Eixo do Mal».
Que estão bastante enganados, sei-o pelo que testemunhei nas últimas semanas: foi tão exaustiva a intenção de conhecer cada palmo do território almadense, que a campanha de Inês de Medeiros levou-me a sítios de cuja existência nem sequer suspeitava apesar de nele ter vivido quase toda a vida. Desde a malha urbana mais densa até às quintas e casas mais dela apartadas, a nova Presidente toma posse com uma identificação pormenorizada do desordenamento territorial e danos ambientais a corrigir e das preocupações dos diversos estratos sociais aqui residentes, podendo definir prioridades tendentes a imprimir, desde já, a sua marca na reorientação das dinâmicas da autarquia. Calando atempadamente quem ainda resiste a render-se ao seu valor e competência.
Na apresentação da candidatura, António Costa confessou ter pressentido, desde muito cedo, as aptidões naturais de Inês de Medeiros para se revelar uma excelente autarca. Na altura só não pudera contar com a sua colaboração na Câmara de Lisboa, porque ela ainda não tinha a disponibilidade profissional entretanto garantida. Agora surge a oportunidade de a vermos confirmar essa expetativa enunciada pelo primeiro-ministro. E quem a passou a conhecer melhor tem plena confiança de que assim sucederá... 

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