quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Oráculos apressados

Há uns dias atrás Mário Soares expressou a sua admiração por José Sócrates argumentando o quanto ele aprendeu intensamente durante estes quatro anos de governo. Mesmo expressando algumas divergências - o primeiro-ministro situar-se-ia à direita do seu pensamento político - o fundador do Partido Socialista não deixou de enaltecer a forma como ele assumiu os riscos de uma governação complicada em função da tremenda crise por que passou o capitalismo ocidental.

É talvez essa sapiência, que leva Sócrates a revelar-se muito hábil ao convocar para São Bento todos os partidos com assento parlamentar para lhes ouvir as perspectivas para os próximos anos.
Para além de cumprir com a imagem dialogante, que vem afinando desde a derrota nas eleições europeias, Sócrates começa a endossar o ónus das futuras crises políticas para esses adversários só capazes de se entenderem no seu desentendimento com os socialistas.
E já se sabe o que redunda normalmente esse tipo de situações: o reforço de quem aposta na governabilidade responsável e a condenação eleitoral de quem se limita a dizer mal dos que fazem os possíveis por alimentar os sonhos colectivos de uma bem mais feliz existência.
Quem se apressa a prever um final próximo para a liderança nacional de Sócrates, é capaz de se vir a sentir bem defraudado...

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