domingo, 6 de dezembro de 2009

A desonestidade intelectual do PSD

O PSD parece querer dar razão ao seu fundador, que vê na sua estratégia actual o caminho certo para uma irreversível decadência. Trazer para a praça pública a contínua tese da suspeição a respeito das políticas deste ou do governo anterior sem adiantar medidas construtivas, que se propusesse executar em alternativa só tenderá a reforçar aquilo que a maioria dos eleitores portugueses já concluiu: o PSD tornou-se num daqueles casos em que fala, fala, mas não faz nada de concretamente positivo para o país e para a generalidade dos portugueses.
Vem isto a propósito do caso dos computadores Magalhães.
Ao sentir que o caso Freeport já deu o que tinha a dar e que o caso Face Oculta não conseguirá inculpar Armando Vara ou o primeiro-ministro, os estrategas laranja decidiram agora retomar algo que deveria merecer-lhes reparo. Senão vejamos: quando o Governo propõe estágios para os recém-licenciados, vêm dizer que devem é apoiar as empresas. Mas se se apoia uma empresa nacional, criando novos postos de trabalho e garantindo a centenas de milhares de crianças o seu primeiro contacto com a informática, aqui d’el-rei que deveriam ter lançado um concurso público. Independentemente de, assim, adiarem a concretização dessa notável medida estruturante para o futuro do país e de darem muito provavelmente o negócio a uma empresa multinacional, que concorreria e apresentaria decerto melhores condições quanto mais não fosse para eliminar a concorrência nacional.
É essa  desonestidade intelectual, que mais se destaca no actual PSD. E se aos pequenos partidos, que não querem nem podem chegar às responsabilidades da governação se pode tolerar a contínua tentação da maledicência de quem procura manter o leme na difícil conjuntura actual, ao principal partido de oposição exige-se muito mais: pelo menos, que nos diga o que, caso estivesse no governo, faria de diferente e de credivelmente vantajoso em relação ao que se faz actualmente.
Porque, nesta altura, o que cada vez mais se constata é a determinação do primeiro-ministro para, dentro do possível, garantir o crescimento do Produto Interno Bruto e criar as condições para a recuperação de tantos empregos, entretanto perdidos.

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