segunda-feira, 18 de julho de 2011

O agravamento das desigualdades

 Artigo interessante o de João Cardoso Rosas no «Diário Económico» de 15 de Julho, porque recorda os fundamentos ideológicos do ultraliberalismo económico de que este governo é expoente. Um dos inspiradores dessa doutrina é o norte-americano Robert Nozick, que no seu livro «Anarquia, Estado e Utopia», considera que a justiça distributiva é uma forma de roubo, na medida em que equivale a obrigar alguns - os mais favorecidos - a trabalhar para os outros - os mais desfavorecidos, ou a sociedade no seu conjunto.
Simplificando, esses gurus defendem a existência das desigualdades sociais enquanto forma de retribuição do mérito, sendo uns mais inteligentes ou «espertos» e por isso mais capazes de ficarem com a maior parte do quinhão produzido pela comunidade em que se inserem.
É esse tipo de ideologia, que tem agravado de sobremaneira as desigualdades sociais e económicas nas nossas sociedades. E prevê o colunista: A diminuição generalizada da TSU e a sua compensação com o aumento do IVA consistirá, caso seja aplicada, numa distribuição do dinheiro das famílias, incluindo as mais pobres, para os empresários, muitos dos quais aproveitarão para aumentar os lucros imediatos e não para serem mais competitivos no futuro.

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