terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sinais de mudança


Não temos que aceitar as coisas tal qual elas nos são transmitidas pelos jornais e pelas televisões, ciosas de agradarem aos poderes de circunstância. A realidade é que o mundo pula e avança, como já o anunciava o poeta Gedeão, e nada o tenderá a cristalizar num qualquer ponto designável como «fim da História».
Veja-se, por exemplo, o que está a acontecer em Israel com uma réplica do moimento dos indignados já capaz de mobilizar manifestações de 300 mil pessoas em prol de maior justiça social e de preços aceitáveis no aluguer das casas. E a perspectiva não podia ser senão de esquerda, já que se contestam os dinheiros gastos com os colonatos e com as escolas ultra-ortodoxa. Hoje os jovens e os desfavorecidos israelitas aproveitam as competências ganhas no seu serviço militar para se organizarem e  condenarem a extensão das privatizações dos últimos anos, que tiveram por corolário a sujeição desigual de todos aos caprichos dos mercados financeiros.
Mas, se nas cidades israelitas os protestos são pacíficos, já o deixaram de ser na capital inglesa. Irradiando a partir do bairro mais pobre (Tottenham) os jovens revoltosos queimam tudo à sua frente para se vingarem da repressão policial, do racismo e do desemprego. Alerta Robert Berkeley: No Reino Unido, as taxas de desemprego entre jovens são de 20% na comunidade branca e 50% na comunidade negra. Isso gera um potencial para o crime e falta de esperança. Sentem que não têm um futuro e que ninguém os ouve.
Uma sociedade desigual é uma sociedade infeliz. O Governo tem que ter em conta as desigualdades sociais quando faz os cortes e não vejo nenhuma estratégia para gerir os problemas raciais.»
Mas para acabarmos melhor o dia recordemos o desagrado de Macário Correia, autarca de Faro, perante as nomeações e os ordenados decididos pelo governo para os quais exige explicações. Manifestamente a popularidade inicial de Passos vai-se degradando!


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