quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Democracia - uma exigência que se torna incontornável na luta política


À medida que se vai agudizando a crise económico-financeira internacional, mais óbvia se torna a necessidade de empunhar a bandeira da democracia contra governos tecnocráticos, jamais legitimados pelo crivo dos eleitores, e apenas obcecados por cortarem a eito as despesas sociais e imporem condições de trabalho ainda mais exploradoras do que até aqui.
Torna-se clara a intenção conspiratória de uma franja muito limitada de patrões, acolitados nos contabilistas de serviço, em fazerem as classes mais desfavorecidas pagarem o terror a eles infundido durante anos pelo papão comunista.
Se a queda do muro de Berlim acelerara a anterior ofensiva de Reagan e de Thatcher contra sindicatos e trabalhadores, esta fase da luta social corresponde ao esticar da corda até ao limite da sua resistência. A partir daqui, como lembra Mário Soares, torna-se crível a possibilidade de uma nova revolução europeia, que vire de pantanas a presente opressão. Refém da irresponsabilidade da ganância, a Europa não hesita em acolher governos ilegítimos e em adoptar como seu o discurso de que o voto do povo é um empecilho para o que tem de ser feito. Esta Europa tem medo da democracia e só a democracia pode resgatar a Europa. (José Manuel Pureza, Diário de Notícias)
É isso que a classe política europeia não compreende, mostrando-se desfasada das circunstâncias. Hoje, a Europa é uma colecção desmembrada de países sem visão, administrados por técnicos de contas (Clara Ferreira Alves, Expresso), obcecados pelos seus números e esquecendo-se de quanto eles - quando considerados de um ponto de vista - podem ser tormentosos para pessoas concretas, de carne e osso. As que os deitarão a perder mais cedo do que se imagina...

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