sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PAGAR OU NÃO PAGAR

Independentemente de se ajuizar sobre quem grava declarações proferidas em encontros de militantes e os vem divulgar para o exterior, as proferidas pelo deputado socialista Pedro Nuno Santos em Castelo de Paiva - tão condenadas por comentadores próximos do Governo - têm o mérito de colocar em dúvida a coragem ou a falta dela de quem deve defender o interesse dos portugueses, perante supostos parceiros internacionais, melhor caracterizáveis como sanguessugas impiedosas dos magros recursos nacionais.
Nesta altura chegamos a um momento determinante em que ou se imita a atitude medrosa de quem enfiou o rabo entre as pernas, quando a Inglaterra nos impôs o Mapa Cor de Rosa e assinou a sua morte a curto prazo (sucedeu com D. Carlos em 1890!) ou se replica a coragem dos heróis da nossa História (Nuno Álvares Pereira, Bartolomeu Dias, D. João IV, D. Pedro IV, Salgueiro Maia, etc) capazes de não se deixarem intimidar por relações de forças desiguais e avançaram para vitórias memoráveis justificadoras de um enaltecimento das melhores virtudes nacionais.
Pedro Nuno Santos acaba por seguir esta última via, porque defende que o debate sobre a dívida pública é uma negociação política (…) e os políticos de países como Portugal, que estão em dificuldades, devem falar com coragem, força e determinação.
Um homem de coragem como o é Manuel Alegre foi, logo, um dos primeiros a elogiar o jovem deputado: é bom que haja novos quadros, gente jovem, como é o Pedro Nuno Santos, a soltar estes gritos de alma. Precisamos de gente assim, com determinação e com garra para a democracia.
E com a diplomacia própria de um líder parlamentar, Carlos Zorrinho conclui: O PS quer que Portugal pague a dívida e é completamente solidário com o comportamento do memorando da troika. Mas, para que Portugal possa pagar a dívida, é preciso que a Europa tenha outra política e tem de haver condições para o crescimento europeu. Portugal não pode pagar a dívida a qualquer preço.

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