domingo, 10 de fevereiro de 2013

IDEIAS: Regresso a Erasmo


Tudo o que Erasmo (1466-1536) disse é essencial se se quiser encontrar um equilíbrio cultural, humano e social. Viu com precisão todos os defeitos do homem e analisou claramente todos os conflitos que o agitavam. Denunciou o poder abusivo da Igreja, dos reis, da nobreza; mostrou que as vítimas destes conflitos não eram os que os provocavam. Era um utópico, que previu os banhos de sangue suscitados pelo extremismo de Lutero e concebeu uma grande Europa, cultural, política e económica baseada numa ética e língua comum.
Se Erasmo vivesse nos dias de hoje seria um paladino da paz dedicar-se-ia ao diálogo entre povos inimigos. Para ele, a paz injusta é preferível a uma guerra justa. A violência gera o sofrimento e os que acabam por a sofrer são os pobres, os mais humildes.
Não é que a natureza humana seja má: a criança nasce pura, aspirando à felicidade, à harmonia e  à paz. Fica feliz quando ouve a mãe a entoar uma cantilena para dormir. A ignorância virá a transformá-lo num ser malévolo, que sofre e faz sofrer.
Erasmo via a arte e a música como fontes de distração, mas também de fomento da ética, do respeito, do diálogo, da negociação.
O que salva os homens é o saber. Conceção que se encontra em Vítor Hugo: Encham as escolas, esvaziarão as prisões!
Para Erasmo, a ignorância é a mãe de todos os males, a inimiga do género humano. A ignorância gera o fanatismo, o racismo, a violência.
Não é isso atual?

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