segunda-feira, 1 de abril de 2013

DOCUMENTÁRIO: «Les Cathédrales dévoilées» de Christine Le Goff e Gary Glassman (2010)


A arte gótica ainda não revelou todos os seus segredos. Este documentário acompanha o trabalho de uma nova geração de investigadores conduzindo-nos aos mais belos recantos das catedrais francesas.
Surgidas a meio do século XII as catedrais constituíram uma verdadeira revolução arquitetónica, que modificou a paisagem francesa e permitiu aos construtores darem vazão à sua permanente busca pela luz e pelo gigantismo. Resume-se-a frequentemente aos arcos quebrados, à abóbada de ogivas e ao arcobotante. Ora, descobertas recentes revelaram uma realidade mais complexa. Por exemplo que os arcobotantes de Noyon só foram posteriormente acrescentados, enquanto em Paris apareceram mais cedo do que se julgava.
Analisando a pedra, os vitrais e o ferro uma nova geração de investigadores está a reescrever assim a História das Catedrais. É que existem escassos testemunhos sobre esses admiráveis edifícios. Os especialistas, geólogos e arqueólogos têm, pois, muito que decifrar.
Recentemente foi possível reconstituir informaticamente esses edifícios em três dimensões, acedendo a dados muito mais precisos e que originaram singulares revelações: anomalias arquitetónicas, arcobotantes mal localizados.
Por outro lado, os trabalhos de restauração levados a cabo em Chartres conduziram a conclusões espantosas sobre os materiais e técnicas de construção.
Graças a entrevistas com especialistas e imagens de síntese, o documentário acaba por dar o ponto de situação sobre os mais avançados conhecimentos sobre os trabalhos dos artesãos, que ficaram demasiado tempo escondidos por trás dos méritos dos mestres e dos comanditários das obras.
Três revelações maiores devem aqui ser sublinhadas:
· a descoberta da origem das pedras utilizadas nas construções graças à análise dos microfósseis nelas contidas:
· a degradação dos vitrais a partir do interior dos próprios vidros devido à utilização de potássio proveniente das fogueiras dos estaleiros de construção em vez do mais adequado e dispendioso sal marinho.
· e a constatação de uma geometria sagrada, reprodutora das dimensões referidas na Bíblia para o Templo de Salomão (na Notre Dame de Paris) ou da Arca de Noé (Amiens).


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