terça-feira, 2 de abril de 2013

DOCUMENTÁRIO: «Os Mestres do Aço: Duelo no Ruhr» de Birgit Tanner e Mira Thiel


A invenção do aço suscitou uma verdadeira revolução industrial e social. Alfred Krupp, que irá criar a sua dinastia, encontrará um rival determinado na pessoa de Jacob Mayer até conseguir liderar a indústria siderúrgica alemã.
1812. Na Alemanha a economia baseia-se em pequenas empresas artesanais, já que a Revolução Industrial ainda é ditada pelos ingleses com a sua imponente marinha de comércio a vapor.
Jacob Mayer, filho de camponeses, interessa-se pelo aço já então muito utilizado pelos ingleses em forjas cada vez mais aperfeiçoadas e capazes de criarem produtos  para um leque mais diversificado de aplicação. Observando o tio nas experiências com esse material, ele entusiasma-se com a ideia de conseguir a aceleração desse processo de melhoria do novo material. Sem saber que um compatriota, Alfred Krupp, assume a liderança da empresa do pai acabado de morrer e também decidido a enveredar pelo mesmo percurso de investigação.
Um e outro não se conhecem ainda, mas não tardarão a protagonizar uma rivalidade brutal em que os escrúpulos são frequentemente postos de lado. Porque ambos sabem como do sucesso e monopolização das patentes correspondentes às ligas cada vez mais resistentes, que buscam, depende o acesso a meios de fortuna cada vez mais volumosos.
Em Bochum, Jacob Mayer procura criar uma cuba em argila aonde possa fundir os materiais necessários á produção do aço pretendido, e é da mistura dessa mesma argila com o ferro, que consegue criar um novo tipo de material.
Por seu lado, em Essen, Krupp acelera a produção das fábricas herdadas do pai, correspondendo à procura acelerada de objetos metálicos pelo mercado alemão. Ele queria ser o maior produtor de aço do mundo e a estratégia política da Prússia em investir em canhões capazes de se tornarem determinantes nas guerras, que se avizinham no horizonte, vem em boa altura para que esse desejo se cumpra. Mas Mayer, com menos meios disponíveis, também se intromete no negócio e aposta em conseguir canhões mais baratos do que os rivais.
O seu aço muito resistente é o argumento para que o Ministério da Defesa lhe entregue a encomenda. E o método - material em fusão escorrido para um molde - é tão singular, que Krupp tenta convencer os responsáveis pela encomenda da sua charlatanice. Krupp acaba por ser bem sucedido conseguindo o contrato ao conseguir que os canhões em causa sejam em aço forjado em vez de aço fundido.
Vencido, Meyer desiste da corrida e casa com a mulher por quem se apaixonara e que o viria a fazer extremamente feliz. Na sua fábrica passa a criar sinos para igrejas, buscando sempre a inovação. Como sempre era um empreendedor seduzido pelo risco.
Mas Krupp faz tudo para convencer os investidores de que, ao apostarem no novo projeto de Mayer, irão deitar dinheiro pela janela. Mas, desta vez, os seus argumentos não bastam para que o dinheiro falte a Mayer para levar até ao fim a sua nova ideia. A especialização, que então é conseguida está na origem de uma siderurgia alemã hoje conhecida pelo aço de altíssima qualidade utilizado em turbinas e outros equipamentos aonde não se adequam os aços produzidos de forma mais industrial.
Os sinos de Jacob Mayer fazem enorme sucesso na Exposição Universal de Paris de 1855, mas suscitam a inveja despeitada de Krupp, que vê a Medalha de Ouro de Napoleão III ser-lhe atribuída.

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