segunda-feira, 10 de junho de 2013

CANTOS REVOLUCIONÁRIOS DO MUNDO: «Joe Hill»

Joe Hill foi um ativista sindical norte-americano, que viveu entre 1879 e 1915. De origem sueca ele aprendeu a falar inglês enquanto ia acumulando pequenos trabalhos entre Nova Iorque e São Francisco no início de 1900.
A sua condição de imigrante confrontava-o frequentemente com o desemprego e o subemprego, mas depressa começaram a vir ao de cima os seus talentos como compositor de canções populares e caricaturista, que passaram a ser utilizados eficientemente pela organização sindical a que pertencia, a IWW (Industrial World Workers).
Ele assinou algumas das canções militantes mais relevantes do seu tempo: "The Preacher and the Slave", "The Tramp", "There is Power in a Union", "The Rebel Girl", e "Casey Jones - the Union Scab". Todas elas expressam a vida dura e combativa dos trabalhadores itinerantes e a necessidade de se organizarem para alcançarem melhores condições de trabalho.
O seu nome irá ser imortalizado em 1914 num trágico fait divers em que calhou ele estar em Salt Lake City, quando é aí assassinado um merceeiro e o seu filho. Sem quaisquer provas a polícia arranja Joe Hill como bode expiatório por ele ter aparecido num consultório médico com o ferimento de uma bala. Que, saber-se-ia depois, decorrera de um episódio de ciúmes relativamente ao seu interesse pela mesma rapariga, que um seu amigo.
Preso, julgado e condenado por aquelas mortes, todo o processo judicial é uma fraude completa, como o denunciam intelectuais e organizações laborais um pouco por todo o mundo, que tentam evitar a execução até ao último momento.
Ao morrer fuzilado em 1915, Hill tornou-se um símbolo da forma como o poder é capaz de usar os métodos mais falhos de escrúpulo para levar por diante o silenciamento violento de quem o contesta.
Quinze anos depois Alfred Hayes criou um poema intitulado “I Dreamed I Saw Joe Hill Last NIght”, que foi musicado em apenas quarenta minutos por Earl Robinson à volta da fogueira de um acampamento sindical em Nova Iorque em 1936. Conta-se que Hayes deu a conhecer esse texto e Robinson logo deu corpo à canção num fulgor criativo, que impressionou todos quantos ali estavam.
Foram muitos os cantores, que integraram o tema no seu reportório, mas os mais significativos foram Paul Robinson e Pete Seeger (com o seu grupo The Dubliners). Também ficou para a História a interpretação de Joan Baez no festival de Woodstock de 1969, mas a ulterior evolução ideológica da cantora desvalorizou a que era tida como uma das mais vibrantes interpretações dessa canção...




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