segunda-feira, 10 de junho de 2013

POLÍTICA: o balanço de dois anos de (des)governo

No seu programa de opinião desta semana, José Sócrates foi instado a fazer o balanço dos dois anos de governação de passos coelho, «comemorados» na semana transata. E o exemplo mais eloquente utilizado pelo antigo primeiro-ministro para expressar a sua opinião, foi o do indicador do PIB per capita, que regrediu treze anos, para os valores de 1999. O que permite concluir que o governo de coligação entre o PSD e o CDS tem levado por diante, e a todo o vapor, o projeto de empobrecer os portugueses.
Mas, se outro exemplo é necessário, Sócrates invoca também a sondagem do «Expresso» em como mais de 75% dos inquiridos confessam estarem a viver bem pior do que dois anos trás. Estamos, assim, perante um governo, que mantem a legitimidade formal garantida nas eleições de 2011 para manter maioria na Assembleia da República, mas já sem condições efetivas de governabilidade, já que conseguiu virar contra si a maioria dos cidadãos. E aqueles que, como o presidente da república, insistem em manter o pântano por, alegadamente, não vislumbrarem alternativas, são os que querem manter as coisas tal qual estão!
Mas as reações adversas a passos coelho não estão apenas em todos os partidos e setores sociais, que reclamam a sua demissão. Dentro do próprio PSD assiste-se ao tumulto das elites, dos autarcas (cujos cartazes procuram iludir a ligação ao partido!) e dos próprios TSD’s (que consideraram existirem razões de sobra para a greve geral!). Daí o tom de desafio a anunciar uma recandidatura para daqui a dois anos, quando o facto de ainda estar a meio do mandato tornar fútil tal declaração. Parecendo um sintoma de força e de confiança, essa proclamação do primeiro-ministro soa a quem sente a fragilidade de ver o chão deslizar por debaixo dos próprios pés.


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