domingo, 30 de junho de 2013

SÉRIE TV: «Under the Dome»


Estreou-se a semana passada na CBS e já começou a ser exibida em Portugal, por um dos canais por cabo, uma das séries, que maior expetativa suscitam para este verão.
«Under the Dome» adapta o romance de Stephen King, publicado em 2009 («The Dome») e conta com o beneplácito de Steven Spielberg como produtor.
O episódio de abertura consegue suscitar imediata adesão, quando vemos um conjunto de personagens diferentes reagir ao fenómeno paranormal ocorrido em Chester’s Mill: uma enorme cúpula transparente, vinda sabe-se lá de onde, passa a rodear toda a pequena cidade, circunscrevendo os seus habitantes e visitantes de passagem a um espaço bastante reduzido.
Perante uma evocação tão óbvia do 11 de setembro, essas personagens irão reagir sem se limitarem a acatar os aparentes estereótipos em que se parecem inscrever.
Há um xerife a contas com um pacemaker, que falha amiúde; uma jornalista disposta a indagar tudo quanto se passa à sua volta, mas incapaz de compreender a vida dupla do marido; uma jovem empregada do bar, que é candidata a passar a série dentro do bunker  antiatómico, aonde o ciumento namorado a quer manter longe de quaisquer outras tentações masculinas; um assassino profissional tenta afastar-se o mais rapidamente do local aonde escondeu o cadáver da sua vítima mais recente e desespera por o não conseguir; ou um vendedor de automóveis com ambições políticas e excitado pela oportunidade para exprimir os seus «dotes» de liderança.
O que se começa a compreender-se é que, a exemplo de «Twin Peaks», as fachadas tranquilas das casas da cidade escondem vícios privados, que ameaçam vir á superfície. E a cúpula acaba por catalisar um ambiente de permanente tensão, que ameaça a integridade física dos involuntários encarcerados.
Na verdade, os habitantes de Chester Mill’s tenderão a parecer aqueles peixes dos aquários que, enlouquecidos pela escassez de espaço para se moverem, começam a comerem-se entre si.
Visto o primeiro episódio, ficámos expectantes quanto aos outros doze. E eu, pecador me confesso, admirador persistente de tudo quanto costuma vir acompanhado com a chancela do autor de «Carrie», «Shining» ou «Dreamcatcher». Até porque permite uma análise aprofundada dos temores norte-americanos suscitados pelo atávico receio de se verem inseridos num contexto para o qual não estão maduramente preparados.


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