terça-feira, 30 de julho de 2013

POLÍTICA: o derradeiro fluxo antes da seca fatal!

Que contente estava hoje Telmo Correia quando, no debate da moção de confiança, se virou para a bancada do Partido Socialista e a desafiou a aceitar a “realidade” de que se ufanara durante a sua intervenção: o (des)governo está tão coeso que eleições legislativas só em 2015!
Provavelmente o deputado do partido de portas estava tão convencido intimamente dessa afirmação, quanto maria luís albuquerque da sua identificação com o lema da Rádio Moscovo antes do 25 de abril, quando falava na comissão parlamentar: de que estava a falar verdade! Mesmo que quase todos quanto os ouvem estejam convencidos do contrário!
Ao deslocar-se para a Manta Rota para passar férias a coberto de um forte cordão policial, passos coelho também irá iludido quanto a ter conseguido salvar os dedos desta recente crise, que lhe terá levado essa joia inestimável, que se chamava vítor gaspar! E até poderá crer que machete e pires de lima equivalem às mais vistosas pérolas da Tiffany’s! Azar dele: a realidade continua a impor-se com incontornável falta de complacência para com os primeiros-ministros de direita, que estão à frente dos destinos de Portugal, da Espanha, da Grécia ou de Chipre! E, muito em breve, ela impor-se-á às convicções voluntaristas dos telmos, das mariasluís e dos passoscoelhos. Como escreve João Jesus Caetano na edição do «Diário Económico» o otimismo sobre um novo ciclo desvanecerá entre as nuvens de Outubro, quando for apresentado o Orçamento do Estado para 2014. Nessa altura, o CDS virá dizer que a sua visão política era outra mas que Portugal é um protetorado.
É claro que, a exemplo de Mário Soares, desejaria ver a liderança socialista a adotar um discurso mais determinado e sem tanto pedido de desculpa. Mas nem uma inábil capacidade para convencer o eleitorado de alternativa consistente, capaz de devolver esperança a quem entretanto a perdeu, facilitará o percurso da coligação agora confiante de ter ganho um último fôlego!
Se fosse culta lembrar-se-ia do final de «A Um Deus Desconhecido» do Steinbeck: antes morrer, um rio costuma ter um último e enganador fluxo final. Depois seca de vez...


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